Lá voltou a Segurança Social à baila...

|Hélio Bernardo Lopes|
É extremamente significativo o tema que tem vindo a ser batido pelo PSD e CDS/PP, mormente desde este mais recente congresso do PSD: a dita reforma da Segurança Social. 

Um tema que se constitui, de facto, numa das grandes bandeiras do PS e dos partidos que suportam o atual Governo de António Costa e que mereceu do PS, Bloco de Esquerda, PCP e Verdes o compromisso de devolver aos aposentados os valores que lhes foram retirados, sem legitimidade nem ética, pela anterior Maioria-Governo-Presidente.

PSD e CDS/PP, em face do seu objetivo de destruir o Estado Social, deitam mão de um velho ditado popular digno de registo: água mole em pedra dura, tanto dá até que fura. E, em boa verdade, tudo está agora dependente da posição do PS. Porque se o PS se deitar a procurar um qualquer acordo com PSD e CDS/PP acabará por sofrer duas consequências: logo que a Direita chegue ao poder esse acordo será modificado e piorado; e um tal acordo, para ser possível, passará sempre pela destruição da Segurança Social Pública.

Não custa perceber que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa de pronto partirá em defesa de um consenso e de um acordo, supostamente duradouro. Ou seja, acabará, mesmo que indiretamente, por ajudar na defesa dos objetivos do PSD e do CDS/PP e que é pôr um fim na excecional estrutura da Segurança Social Pública.

Ontem mesmo, por via de um acaso, lá pude escutar as palavras de João Salgueiro na Renascença, com a peregrina ideia de se criar uma comissão de três técnicos especializados no domínio da Segurança Social, que acreditava merecer o acordo do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, e em três ou quatro semanas surgiria a solução capaz e duradoura!!

Sendo certo que há sempre quem acredite em balelas, a grande verdade é que qualquer um de nós, com um mínimo de experiência da vida, sabe já, neste momento, quais seriam as conclusões dessa comissão. Infelizmente, o PS pouco ou nada reagiu, limitando-se o ministro José Vieira da Silva a salientar – é a verdade – que, normalmente, isso quer dizer cortes nas pensões.

Simplesmente, os portugueses esperam do atual Governo de António Costa que volte a reforçar o Estado Social, mormente repondo os valores injustamente tirados aos aposentados. Veremos se, mais uma vez, o PS embarcará nesta cantiga de inimigo que está a ser cantada de um modo persistente. Se o fizer, e se não cumprir os compromissos assumidos, é minha convicção que encontrará o seu fim. Vamos esperar.

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