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|Hélio Bernardo Lopes| |
Qual transmissão de pensamento, eis que o líder russo, Vladimir Putin, veio a público garantir que a Rússia está pronta para cooperar com os Estados Unidos na área da segurança nuclear, mas com a (natural) condição de que tal se desenrole em pé de igualdade.
Do texto de Adriano Moreira, e do que se conhece do seu pensamento político, percebe-se que a sua preocupação resultará, quase com toda a certeza, do facto de as armas nucleares impedirem uma iniciativa de confronto militar norte-americana, em que muitos acreditam que os Estados Unidos sairiam sempre vencedores.
Simplesmente, estas palavras recentes do Presidente da Rússia vêm assegurar que, pelo seu lado, a análise da segurança nuclear tem porta aberta, embora com aquela mais que natural condição: que tal se desenrole em pé de igualdade. Mas será que os Estados Unidos aceitarão uma tal condição? Não creio.
Por ser esta a realidade, o Presidente da Rússia explicou que esta cumpriu as suas obrigações, construindo as adequadas e combinadas instalações, sendo que os Estados Unidos, muito recentemente, vieram com a nova ideia de (supostamente) eliminar o combustível nuclear enriquecido através de um método distinto do acordado, que consiste na mistura (reversível) com outras substâncias, conservando o conjunto em recipientes especiais, ou seja, reservam para si o designado potencial de retorno. E citou mesmo o acordo de eliminação de plutónio usado em armas nucleares, assinado entre a Rússia e os Estados Unidos no início de 2000, e que estes nunca cumpriram à luz das condições acordadas.
A grande verdade, como ontem mesmo escrevi, é que a paz entre as grandes potências continua a vigorar desde o final do último grande conflito mundial. Uma realidade que fica a dever-se à existência das armas nucleares. E se os conflitos proliferam pelo Planeta, tal só se deve à corrupção claramente incentivada pelo neoliberalismo triunfante e pela globalização – duas lamentáveis realidades –, bem como pela guerra religiosa hoje em curso no mundo. Haverá mesmo transmissão de pensamento?