O céu de Março de 2016

O quarto minguante marca o primeiro e o ultimo dia deste mês de efemérides astronómicas.

Figura: Céu a Sul pelas 6 horas da madrugada de dia 1. Para além da Lua, Vénus, Marte, Júpiter e Saturno, são visíveis algumas estrelas e constelações mais brilhantes desta parte do céu. Igualmente visíveis são as posições da Lua nas madrugadas dos dias 2, 7, 22 e 25.
Durante as primeiras madrugadas do mês podemos ver como a Lua se irá deslocando da vizinhança de Marte no dia 1, passando ao pé de Saturno e de Vénus respetivamente nas madrugadas de dia 2 e 7, até chegar junto a Mercúrio no dia 8. Tanto Vénus como Mercúrio apresentam-se como estrelas da manhã. No entanto Mercúrio começa a aproximar-se cada vez mais da direção do Sol, deixando mesmo de ser visível por volta do meio do mês.

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No dia 8, Júpiter encontrar-se-á em oposição, isto é, na direção diametralmente oposta à do Sol. Esta é a altura do ano em que Júpiter está mais próximo de nós, apresentando-nos a sua face totalmente iluminada (fazendo com que nos pareça mais brilhante do que é habitual), sendo a melhor ocasião para observar este planeta junto com as suas luas.

Em contraponto, no dia 9 a Lua estará na direção do Sol dando lugar à Lua Nova. Como por esta altura a Lua irá cruzar a órbita terrestre (o plano da eclíptica), e por estar muito próxima do seu perigeu (ponto da orbita mais próxima da Terra) ela conseguirá bloquear completamente o Sol ao longo de uma faixa que passa pelas ilhas da Sumatra e Bornéu, e por parte do Oceano Pacífico, dando assim lugar a um eclipse total do Sol visível nestas regiões.

Na noite de dia 14, véspera do quarto crescente, a Lua irá passar ao lado de Aldebarã, uma estrela gigante vermelha que associamos ao olho esquerdo da constelação do Touro, daí o seu nome em árabe.

Em consequência do movimento da Terra ao redor do Sol (e devido ao facto do eixo de rotação da terra não ser perpendicular ao plano da sua orbita) pelas das 4 horas e meia da madrugada de dia 20 o hemisfério Norte passa a estar mais iluminado do que o Sul. Assim a partir deste instante no hemisfério Norte o Sol passa a ser visto acima do equador celeste, o que marca o arranque da primavera neste hemisfério. Ou seja, ocorre nesse dia o equinócio da primavera.

Entre as noites de dia 20 e 22 podemos ver como a Lua passa da vizinhança de Régulo, o coração da constelação do Leão, até ao pé de Saturno. Este mês a Lua cheia dar-se-á no dia 23. Tal como terá sucedido aquando da Lua Nova, o Sol a Terra e a Lua estarão relativamente alinhados entre si dando origem a um eclipse, que neste caso será Lunar. Mas como Lua apenas irá atravessar a penumbra da Terra (parte da sombra em que o Sol é apenas parcialmente bloqueado) este eclipse será penumbral. Infelizmente este evento não será visível em Portugal por ocorrer entre as 9 horas e meia e as duas da tarde (hora continental).

A primeira Lua Cheia da primavera tem particular importância religiosa pois a Pascoa ocorre no primeiro Domingo que a sucede (calhando este ano no dia 27).

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Na Sexta-feira Santa (dia 25) a Lua atingirá o seu apogeu (ponto da orbita de maior afastamento do nosso planeta), situando-se a 400 mil quilómetros de distância de nós. Por esta altura do mês, o nosso satélite natural estará junto à estrela Espiga da constelação da Virgem. A Páscoa deste ano coincide com o último Domingo do mês de março. Assim, à uma hora dessa madrugada (meia noite na região autónoma dos açores) entramos no horário de verão, devendo adiantar nos nossos relógios 60 minutos.

Por volta da uma hora da madrugada de dia 29 voltamos a ver a Lua nascer entre Marte e Saturno.

Boas observações!


Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC) Ciência na Conteúdo fornecido por Imprensa Regional – Ciência Viva

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