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|Hélio Bernardo Lopes| |
Claro que quem sempre acompanhou as suas análises no Política Mesmo, da TVI 24, conduzido por Paulo Magalhães, nunca terá tido dúvidas sobre a elevada craveira de Augusto Santos Silva, e tanto no plano estritamente político, interno ou internacional, mas por igual ao nível da sua dominação dos temas da Economia e das Finanças – é professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, embora na área da Sociologia –, como por igual no da cultura geral, incluindo a ligada à sempre essencial área das humanísticas.
Em complemento – um importantíssimo complemento –, Augusto Santos Silva tem um currículo político invejável, tendo desempenhado as funções de Ministro da Cultura, Ministro da Educação, Ministro dos Assuntos Parlamentares e Ministro da Defesa Nacional, também com responsabilidades na essencial área da Comunicação Social, e sendo agora Ministro dos Negócios Estrangeiros e numa situação hierárquica semelhante à de um Vice-Primeiro-Ministro. Ou seja, um currículo de fazer inveja à grande maioria dos políticos portugueses e para lá destes.
Mas teve ainda a oportunidade de intervir como comentador político, tanto ao nível da opinião em jornais nacionais, como também no mui qualificado programa, OS PORQUÊS DA POLÌTICA, no Política Mesmo da TVI 24. Tive a oportunidade, em situações as mais diversas, de testar o apreço de gente de áreas políticas diametralmente opostas perante os comentários de Augusto Santos Silva naquele seu programa, sendo fortemente unânime a opinião dos meus familiares, amigos ou conhecidos. Estando em Portugal, como usualmente, o seu programa teve um fim pouco lógico e quando menos seria de esperar.
Por fim, Augusto Santos Silva mostrou uma coragem muito pouco presente no seio da nossa sociedade, incluindo a classe política, porque de pronto veio a terreiro salientar a mentira que se tentou lançar sobre o seu colega António Sampaio da Nóvoa, ao redor das provas de agregação de José Luís Saldanha Sanches. De resto, o que realmente se havia passado foi até exposto publicamente por Saldanha Sanches.
Esta entrevista, porém, mostrou que Augusto Santos Silva é, indiscutivelmente, um homem de Estado. E isto porque sempre nela soube mostrar a sua opinião, mas usando a elegância muito típica da nossa qualificada escola diplomática. E tanto no respeitante ao que se vem passando entre Portugal e a Comissão Europeia, como no domínio puramente interno, incluindo a estabilidade ao nível dos partidos que suportam o Governo de António Costa na Assembleia da República.
Por fim, tudo quanto referiu ao nível dos grandes problemas que hoje vêm deitando por terra a dita União Europeia, e que têm de ser enfrentados e resolvidos, se se quiser dar um novo alento à melhor designada União Ditatorial dos Estados Decadentes Europeu – a minha UDEDE –, bem como todas as considerações que expôs sobre o nosso cocidadão António Guterres, hoje candidato ao cargo de Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas. Objetivamente, é difícil encontrar uma outra personalidade, politicamente disponível, com tamanha qualidade a todos os níveis, vasta experiência política e tão bom conhecimento da grande estrutura que, se houver verdade e bom senso político, irá dirigir. Uma eleição que será também mais um sinal do estado da política mundial.
Como há rias referi, Augusto Santos Silva, de parceria com António Costa e António Guterres – se não vier este a ser o escolhido para a ONU –, é um concidadão nosso com perfil mais que suficiente para uma candidatura ao alto cargo de Presidente da República, de preferência apoiada pelas forças políticas mais ligadas à defesa dos grandes valores da liberdade, da dignidade humana, e tudo virado para um Portugal melhor e com um futuro percetivelmente seguro.