De lá para cá

|Hélio Bernardo Lopes|
Os mais velhos lembrar-se-ão bem do fado, DE CÁ PARA LÁ, cantado por Maria Clara, mãe de Júlio Machado Vaz, tão conhecido do nosso espaço televisivo. Talvez o mais presente nas nossas televisões, a um ritmo semanal, depois de Marcelo Rebelo de Sousa.

E foi do título deste fado que logo me recordei quando há dias tomei conhecimento do montante que, nos Estados Unidos, o banco Goldman Sachs teve de pagar para encerrar processo em que era arguido: um pouco mais de cinco mil milhões de dólares.

O processo em causa havia sido instaurado pelas competentes autoridades norte-americanas, por via da venda de produtos considerados tóxicos e que conduziram à fatídica crise financeira de que estamos ainda a padecer. Uma carteira de empréstimos imobiliários para compra de habitação titularizados, ou seja, convertíveis em produtos financeiros, mas que acabaram por provocar nos compradores finais fantásticas perdas.

Seria excelente que as esperanças de Marcelo Rebelo de Sousa, há dias manifestadas junto das vítimas portugueses de atuações bancárias deste tipo viessem a fazer vencimento, assim permitindo que DE LÁ PARA CÁ o exemplo permitisse fazer um mínimo de justiça entre nós. A verdade é que não creio – acredito que ninguém creia – que tal venha a ter lugar. O que continuará é DE CÁ PARA LÁ o fluxo de portugueses mui qualificados à procura de poder subsistir. Se fosse tão fácil ganhar o Euromilhões como perceber esta realidade, lá ia eu enriquecendo de semana em semana.

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