Sonhar acordado

|Hélio Bernardo Lopes|
Num qualquer dia da passada semana os portugueses tomaram conhecimento do que, de algum modo, seria razoavelmente expectável: o Novo Banco, nos termos do noticiado, poderá vir a lançar no desemprego um milhar dos seus funcionários. 

Um dos últimos grandes feitos do anterior Governo, liderado por Pedro Passos Coelho. Um feito que nos transporta, por um lado, para aquelas palavras de Carlos Costa num domingo já distante, mas, por outro, para as considerações de alívio de Carlos Silva, líder da UGT, creio que ao tempo da saída de Ricardo Espírito Santo Salgado do antigo GES/BES.

Mostrou-se Carlos Silva, nesse tempo já distante, muito satisfeito, porque, ao que soubera, iriam ser mantidos os postos de trabalho que vinham de trás. Bom, chegou-nos agora que, com elevada probabilidade, irá ser dispensado um milhar de funcionários do Novo Banco... Provavelmente para criar uma compensação psicológica, e também para não se correr o risco de perder mais quadros essenciais, parece estar afastado – por enquanto? – o cenário de cortes salariais, mesmo que temporários.

Claro está que este cenário, ou mesmo um outro pior, seria o mais provável depois de se ter vindo a conhecer o que hoje se sabe. Mas o que é aqui interessante é a inexistência de responsáveis ou de culpados deste híper-desastre. Aliás, estamos ainda à espera de perceber aonde se chegará com o caso BPN, de que também não surgem resultados adequados ao que ali terá estado em causa. A não ser que, num dia destes, se venha a saber que, afinal, nada se conseguiu provar, ou que o dado por provado irá conduzir a (quase) nada. Enfim, continuamos à espera de resultados.

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