Os Neutrinos foram previstos teoricamente por Wolfgang Pauli, em 1930, muito antes de serem detectados experimentalmente. A proposta necessária de Pauli para a nova partícula devia-se à observação de a energia libertada e detectada em certas reações ser menor do a que a teoria predizia. Deveria então haver uma partícula neutra com a energia que faltava que seria libertada durante essas reações.
Este ano de 2015, a Fundação Nobel atribuiu o Prémio Nobel da Física ao japonês Takaaki Kajita, 56 anos, e ao canadiano Arthur B. McDonald, 72 anos, pelas suas descobertas que mostraram a existência de oscilações entre três tipos de neutrinos, o que teve como implicação a suposição de que os neutrinos têm massa, ainda que muito pequena. “Esta descoberta mudou o nosso entendimento da parte mais íntima da matéria e pode ser crucial para a nossa compreensão do Universo”, referiu o comité Nobel.
“No início do século XXI, Takaaki Kajita apresentou a descoberta de que os neutrinos criados na atmosfera pela chuva de raios cósmicos apresentavam duas “identidades” no seu caminho até ao detector Super-Kamiokande, no Japão, um enorme equipamento situado a um quilómetro abaixo da superfície terrestre”, explicou a Fundação Nobel no seu comunicado oficial. “Ao mesmo tempo, o grupo de investigação dirigido por Arthur B. McDonald conseguiu demonstrar que dois terços dos neutrinos procedentes do Sol não desapareciam, mas mudavam de “identidades” no seu caminho até à Terra e conseguiram detectá-los no Observatório de Neutrinos de Sudbury (Canada)”.
Esta permuta de identidade entre os três tipos de neutrinos, detectada experimentalmente, só é compreendida se se atribuir uma massa aos neutrinos.
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É muito oportuno referir que há cientistas portugueses que participaram nestas descobertas. O Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP) participa nas experiências dirigidas por Arthur B. McDonald desde 2005. Nos anos anteriores, entre 2002 e 2004, José Maneira, o responsável pelo grupo de Física de Neutrinos do LIP, trabalhou como Post-Doc na Universidade Queen's, no grupo de Arthur B. McDonald, que veio a Portugal em 2007 como convidado da conferência “New Worlds inAstroparticle Physics”, organizada pelo LIP e universidades portuguesas. Arthur B. McDonald continua a ser um colega próximo do LIP, através da participação em várias experiências recentes e veio à reunião de colaboração organizada pelo LIP em Lisboa em 2010.
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva