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Luciana Sianto |
Através de amostras retiradas da cavidade pélvica dos esqueletos, foram identificados e quantificados os parasitas intestinais existentes, tendo sido verificado que «o número de ovos presentes – entre 5 e 50 por grama de sedimento de cada indivíduo – é muito inferior ao de outros povos da Europa, em que alguns estudos indicam a presença de centenas ou milhares de ovos de parasitas por humano», afirma Luciana Sianto, investigadora principal do estudo intitulado “Paleoparasitologia em Portugal - os caminhos dos parasitos”, que possui 13 anos de experiência na área e vários artigos publicados.
Os parasitas identificados têm sido essencialmente «Ascaris lumbricoides e Trichuris trichiura (lombrigas), parasitas comuns que são transmitidos de humano para humano», observa a investigadora do CIAS.
Estes e outros dados obtidos no âmbito do estudo, com coordenação local da professora Ana Luísa Santos, serão associados a resultados de alguns países das Américas, Ásia, África e Europa. Mas para consolidar informação sobre os parasitas, as investigadoras pretendem analisar o maior número possível de amostras e, nesse sentido, solicitam a colaboração da comunidade científica nacional da área (arqueologia e antropologia) para o fornecimento de material.
Como a recolha de vestígios carece de alguns cuidados, a equipa elaborou um manual de procedimentos para garantir a colheita adequada, disponível aqui.
O estudo é cofinanciado pelo Governo brasileiro (Ciência sem Fronteiras CNPq) e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
Legenda da imagem em anexo: ovo de Trichuris trichiura encontrado no sedimento retirado da região pélvica do indivíduo UE 27042, exumado da Igreja São Julião, Lisboa.
Cristina Pinto (Universidade de Coimbra)
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva