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| |Hélio Bernardo Lopes| |
Ontem mesmo, aqui nos chegou a notícia de mais um caso passado com um outro polícia norte-americano bárbaro, que trabalhava junto da Universidade de Cincinnati, e que, sem uma razão realmente válida, assassinou mais um preto seu compatriota. E teve ainda o desplante de alegar legítima defesa, razão descartada pela procuradora que está a tratar o caso.
Com toda a razão, o procurador que tem o caso em mãos foi bem claro: este agente nunca deveria ter sido polícia. Sendo uma afirmação claramente verdadeira, ela peca, porém, por enorme defeito. O problema do comportamento brutal da polícia norte-americana tem diversas causas e é estrutural: por um lado, a sociedade suporta-se num historial vastíssimo de violência; por outro lado, a generalidade dos membros das polícias comuns tem uma origem nas classes média, média baixa e baixa; além destas realidades, o grau de estudo e de cultura dos agentes policiais é muito baixo – muito mais baixo que no caso português; os seus vencimentos são extremamente baixos, de parceria com exigências sem limite; e, por fim, o caráter racista, fortemente presente na sociedade norte-americana, mormente no seio da polícia.
O referido polícia foi posto na rua e está agora indiciado pelo crime de homicídio. Embora – há que dize-lo – tudo possa ainda dar em nada, dado que a sociedade norte-americana é uma sociedade extremamente racista, dispondo a polícia de um grau de liberdade de atuação quase ilimitado. Infelizmente e de um modo que está a assumir proporções realmente perigosas para o mundo em geral, a sociedade norte-americana é hoje uma sociedade de autênticos bárbaros, em geral armados, boa parte dos quais com os fantásticos poderes ali atribuídos à polícia. Uma sociedade onde só se sabe como se entra...
