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|Hélio Bernardo Lopes| |
Referia-se ali ao doloroso caso dos refugiados que estão a demandar a Europa, embora sem se perceber se a Igreja Católica está em condições, e por essa Europa vasta, de receber quantos a possam demandar. Em todo o caso, trata-se de um tema em que a Igreja pode fazer ouvir a sua voz, certamente com razão, mas por igual com o populismo de sempre. Falar é fácil...
Trata-se, em todo o caso, de um tema muito perigoso, porque pode lançar a Europa e os seus Estados em convulsões de fundo, dado que a generalidade dos políticos europeus – não só – sabe muitíssimo bem que o que se impõe – nada está a ser feito, nem mesmo equacionado – é pôr ordem e lançar as bases para um desenvolvimento capaz nos locais de onde estes migrantes fogem nestes dias. Simplesmente, ninguém quer ajudar a resolver a situação política desses países de origem. Muitos devem mesmo ter pensado que tal balbúrdia no Terceiro Mundo, com mortes à pazada, até ajudaria a baixar a procura de bens essenciais à dignidade daquelas pessoas.
Por outro lado, não seria nunca necessário ser bruxo para vislumbrar o que se viria a dar no seio da União Europeia, se se procedesse à abertura escancarada das fronteiras: aumento fantástico do crime organizado, movimentação sem limite de gente com condições deveras duvidosas, incontrolabilidade crescente da vida social e um potencial foco de todo o tipo de tensões sociais.
Perante toda esta realidade, hoje já visível e desde sempre previsível, a polícia alemã surgiu agora a defender que do ponto de vista policial, um regresso ao controlo de fronteiras seria a melhor das medidas. Bom, embora sendo isto mesmo uma evidência, a verdade é que existe um escolho pelo meio: os políticos europeus, sempre agarrados aos tratados quase sagrados, embora só cumpridos quando conveniente.
Como muito bem referiu o responsável sindical da polícia alemã, o controlo das fronteiras facilitaria a deteção de criminosos e permitiria devolver automaticamente os refugiados aos países Schengen de onde partiram, aos quais, tecnicamente, devem apresentar o pedido de asilo. Trata-se de uma evidência, mas que não pode ser colmatada por via do fecho e controlo das fronteiras, uma vez que tal medida criaria dificuldades extremas à grande negociata que se instalou com a imoralidade política e económica que reina na União Europeia destes dias. Com uma tal medida, lá se iria a negociata...