O céu de Julho de 2015

Num mês com Lua Cheia em dose dupla, podemos iniciar as nossas atividades astronómicas logo na madrugada de dia 2, observando Lua Cheia junto à constelação do Sagitário.

AFigura 1: Céu a sul pelas 2 horas da madrugada de dia 2. Igualmente são visíveis a posição da Lua nas madrugadas de dia 26 e 31 e o radiante da chuva de meteoros das delta Aquaridas.(Imagem adaptada de Stellarium)
No dia 5, a Terra atinge o ponto da sua orbita mais afastada do Sol, o afélio, distando do Sol mais 3,4% do que aquando do periélio (ponto da orbita de maior proximidade ao Sol). Assim, comparativamente a esse instante, a Terra recebe menos 6,5% energia solar. Mas no hemisfério Norte tal é largamente compensado pelo facto de, por esta altura, ele estar voltado na direção do Sol.

Também no dia 5, Plutão encontrar-se-á na direção diametralmente oposta à do Sol, isto é, em oposição. Apesar de uma maior aproximação à Terra, Plutão continuará a não ser visível mesmo com telescópios de pequena dimensão. Esta efeméride ocorre poucos dias antes da passagem da sonda New Horizons (da NASA) a cerca de 10000km de Plutão, prevista para o dia 14. O quarto minguante terá lugar pouco depois do pôr-do-sol de dia 8, mas só o iremos ver quando a Lua nascer pela uma hora da madrugada seguinte ao pé da constelação dos Peixes.

Ao início da noite de dia 12, a Lua já terá passado à beira da estrela Aldebarã, o olho da constelação do Touro. Nalguns pontos do nordeste asiático será mesmo possível ver a Lua passar à frente desta estrela.

Figura 2: Céu a oeste pelas 22 horas da noite de dia 18. Igualmente é visível a posição da Lua ao início da noite de dia 23.(Imagem adaptada de Stellarium)
A Lua Nova dar-se-á na madrugada de dia 16. Igualmente neste dia, Mercúrio atinge o seu periélio. Por estes dias, tanto Mercúrio como Marte (que está ao seu lado) nascem pouco antes que o Sol, não sendo uma boa altura para observá-los.

Ao início da noite de dia 18, iremos encontrar a Lua na direção de Júpiter, Vénus e da estrela Régulo, o "coração" da constelação do Leão. Aliás a Lua vai passar tão "perto" de Vénus que algumas regiões do sul do Oceano Pacífico irão assistir à ocultação deste planeta.

O quarto crescente terá lugar na madrugada de dia 24, com a constelação da Virgem como pano de fundo. Dois dias depois, a Lua já estará à beira de Saturno, que por estes dias se encontra junto à constelação de Balança, pondo-se pela uma hora e meia da madrugada.

O pico de atividade da chuva de estrelas delta Aquaridas é esperado para dia 28. O seu nome deve-se a que estes meteoros parecem surgir da vizinhança da estrela delta da constelação do Aquário. Trata-se de um evento modesto que, mesmo em condições ideais, não deverá superar os 16 meteoros por hora.

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Este mês termina com uma nova Lua Cheia. Devido ao movimento da terra em torno do Sol, a Lua Cheia de dia 31 dar-se-á na constelação do Capricórnio. Este movimento de translação é igualmente responsável pela aparente deslocação do Sol para leste vista ao longo do ano.

Nos países anglófonos a segunda Lua Cheia do mês é chamada de Blue Moon (Lua Azul). Por se tratar de um evento pouco comum (a próxima terá lugar em Janeiro de 2018) nestes países deu origem à expressão "Once in a blue moon", que numa tradução mais livre pode ser visto como "uma vez a cada Lua Azul"

Boas observações!

Fernando J. G. Pinheiro (CITEUC) 
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

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