|Hélio Bernardo Lopes| |
Hoje, África é já dada como um espaço perdido, ao mesmo tempo que se assiste a uma destruição maciça dos Estados onde o Islão é a religião oficial. E tudo, supostamente, pela mão do Estado Islâmico, ou em defesa da dita democracia. Uma desgraça humanitária que prenuncia a aproximação veloz do Dia G. E isto para já não falar do estado a que estão a regressar Cuba, o Brasil, a Venezuela, a Argentina, etc..
No meio de tudo isto, um ou outro Estado vai assumindo atitudes absolutamente novas e corajosas. Foram os casos da República da Irlanda e, agora mesmo, dos Estados Unidos, ao redor do casamento de pessoas do mesmo género. O caso irlandês mostra um grau de espírito nacional e de honra que, em circunstâncias similares, já não poderá surgir hoje em Portugal. Perante os gravíssimos crimes de pedofilia perpetrados por sacerdotes católicos ao longo de décadas, sempre protegidos pela hierarquia respetiva, o Governo Irlandês não esteve com mais delongas: determinou-se a operar um referendo sobre o casamento de pessoas do mesmo género, manifestando a população um larguíssimo apoio.
Mas agora mesmo o Supremo Tribunal Federal dos Estados Unidos decretou que nenhum ato poderá ser praticado no espaço da União – em qualquer Estado, portanto – que possa impedir o casamento entre pessoas do mesmo género. Sendo evidente que poderão ainda surgir vicissitudes, a verdade é que vindo esta decisão dos Estados Unidos, a sua repercussão mundial será inevitável. Mais uns meses, e surgirá uma iniciativa ao nível das Nações Unidas, no sentido de adotar uma posição similar, mas com valor mundial.
Este dado novo no mundo vem mostrar a enorme distância a que se encontram as posições do Papa Francisco em face da realidade da vida das pessoas, um pouco por todo o mundo. Para mais depois do que tem vindo a descobrir-se decorrer no seio da Igreja Católica, por via dos mil e um crimes de pedofilia praticados sobre muitos milhares de vítimas por sacerdotes em número a perder de vista, etc..
Achei graça, na noite deste sábado, à expressão de João Miguel Tavares, sobre o êxtase com que Mário Soares olha hoje para o Papa Francisco, quando este nada mudou no acesso das mulheres ao sacerdócio, no celibato dos padres, na posse, pelo Vaticano, de uma estrutura bancária e pela falta de mudanças ao nível do que agora se pôde ver nos Estados Unidos.
Por fim, uma referência de João Miguel Tavares ao Papa Francisco e à sua ação e que eu pude já referir nalguns escritos meus: a sua ação não tem hoje qualquer impacto no plano mundial, com tudo a ir de mau para pior. É simples, simpático, sincero, mas não consegue ultrapassar, de um modo realmente palpável, o que vem mantendo a Igreja Católica longe das pessoas. Sobre a violação das regras democráticas na União Europeia, ao redor da marginalização da Grécia e dos gregos, nem uma palavra do Papa Francisco…