Fotografia de Georges Dussaud |
Entre as duas há uma infinidade e afinidade de lugares e tradições, de pessoas e atmosferas, de cenas de trabalho e de afetos, de gestos e de rostos, de romarias e rituais, de incontáveis histórias ancestrais; universos “miraculosamente intactos” que, num tempo não muito longínquo, pareciam subsistir, segundo Torga, à espera de uma objetiva que os perpetuasse antes que desaparecessem de vez na voragem do progresso.
Alguns sucumbiram já, mas não antes que Georges Dussaud respondesse ao desafio de Torga, que, como fotógrafo viajante e ao longo dos últimos 30 anos, vem fixando pela imagem a cartografia de um Portugal antigo e autêntico; um amplo quadro de referências que a singularidade da própria obra, entre o realismo e a poesia, veio mostrar ao natural, sem retoques, e repleta de humanismo.
Fotografia de Georges Dussaud |
Trás-os-Montes e o Alentejo delimitam aqui o início e o fim deste périplo imagético, que ora nos faz subir ao mundo perdido que pulsa no cimo das serras da Nogueira, Montesinho, Larouco, Barroso e Gerês, ora nos faz descer à angústia dos vales profundos do Douro e nos descansa o olhar na ampla orla marítima ou na imensidão da planície alentejana.
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De relance, visitamos ainda Lisboa, porque afinal, diz Torga, “a Pátria é tanto o lodo de Alfama,
o poleiro de S. Bento e a miséria mental do Chiado, como a lisura de Trás-os-Montes e a ênfase
do Alentejo”». Onde: Centro de Fotografia Georges Dussaud de Bragança
Quando: De junho de 2015 e 30 de outubro de 201
Comissário: Jorge da Costa
Produção: Município de Bragança / Centro de Fotografia Georges Dussaud