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|Hélio Bernardo Lopes| |
E compreende-se que seja assim a sua reação, porque as sondagens são um instrumento importante para a perceção do futuro e porque, como também se poderia facilmente conjeturar, o académico António Sampaio da Nóvoa, afinal, já é quase conhecido de todos os portugueses.
Sendo evidente que o PS só com grande dificuldade poderá conseguir uma maioria absoluta, a verdade é que com a aproximação do ato eleitoral deste ano haverá tendência para o seu distanciamento face à renovada coligação de aflitinhos da política, já com a perda do poder bem à vista.
Simplesmente, aconteceu ao PSD e ao CDS/PP o pior que se poderia esperar: António Sampaio da Nóvoa, afinal, vai mesmo ser candidato ao Presidente da República. O que significa que está aí, à disposição dos portugueses, uma personalidade com profundos conhecimentos da nossa vida pública, e até com a grande vantagem – neste momento político – de não ser oriundo de nenhuma estrutura partidária.
E se é verdade que vem faltando ao PS alguma clarificação em matérias absolutamente fundamentais para a defesa da dignidade dos portugueses – é o que se passa com o futuro do Estado Social, mas também com as bases para uma reforma profunda da Administração Pública e com um pensamento estratégico para Portugal –, já com António Sampaio da Nóvoa é a clareza a tónica marcante.
Quem acompanhou a sua intervenção no Teatro da Trindade, e quem seguiu as suas intervenções numa rádio nacional e nesta sua mais recente entrevista ao i, teve a oportunidade de ficar a conhecer uma vasta parte do pensamento deste nosso académico notável, e até mesmo facetas mais pessoais da sua trajetória de vida.
É claro que suceder a Aníbal Cavaco Silva como Presidente da República consegue até ser tarefa fácil, dado o modo politicamente lamentável como esta função foi desempenhada nestes últimos dez anos e que Vasco Pulido Valente, há uns dias atrás, tão bem explicou: Aníbal Cavaco Silva, apesar de vinte anos de poder, nunca verdadeiramente percebeu o que era a política, como não percebe o enorme problema que a sua obstinação criou ao País. Sendo isto uma cabalíssima realidade, depois de quanto pôde já ouvir-se a António Sampaio da Nóvoa, há uma conclusão que pode garantidamente tirar-se: com Sampaio da Nóvoa nada será como nestes dez últimos anos de Aníbal Cavaco Silva em Belém.
Por fim, temos já duas garantias da qualidade do académico António Sampaio da Nóvoa para o exercício do cargo de Presidente da República: os apoios dos Presidentes Mário Soares e Jorge Sampaio. E, ao que por aí se vem escrevendo, também do Presidente António Ramalho Eanes.
Com este PS de António Costa no Governo e com o independente António Sampaio da Nóvoa como Presidente da República, nós passamos a poder voltar a sonhar com um Portugal realmente resgatado, mas na riqueza da sua História e da sua soberania. Assim os portugueses consigam aperceber-se do que está agora em jogo.