![]() |
|Hélio Bernardo Lopes| |
Desde logo, as recentes considerações de Luís Marques Mendes, que, se nelas nos deitássemos a acreditar, mostrariam estar desejoso de derrotar Marcelo Rebelo de Sousa e o seu PSD... De modo que se deitou a perorar sobre o passeio de Marcelo em face da candidatura do antigo reitor da Universidade de Lisboa. Seria difícil esconder pior o pânico que deverá já estar a invadir a área da direita e dos interesses. Depois, as notícias ao redor de supostas divisões no seio do PS. É claro que ninguém ouviu quem quer que seja dizer um pouco que fosse, com a inútil exceção de Sérgio Sousa Pinto. Simplesmente, esta opinião vale muitíssimo menos que a de Mário Soares, que, se vistas as coisas com atenção, também não vale o que muitos imaginam.
Logo a seguir, os jornalistas e os comentadores, de pronto alinhados com o inútil de saber se há, ou se não há, divisões no seio do PS. Sabendo-se como a grande comunicação social se encontra hoje dominada pelos interesses e se alinha pela pauta da direita, ouvi-la clamar por um candidato vitorioso oriundo do PS, bom, só pode causar uma enorme gargalhada. Uma gargalhada que logo se amplia quando, depois da recusa silenciosa de António Guterres, os nomes badalados são os de Maria de Belém e de...Jaime Gama. Bom, caro leitor, só se pode reagir, perante tamanha e hilariante graça, com o velho grito de Jô Soares: eu quér'ápláudirr!!
Mas o mais interessante, ainda, foram as palavras deste domingo de Marcelo Rebelo de Sousa, ao chamar a atenção para o facto de António Sampaio da Nóvoa não ser oriundo de uma zona política entre o PS e o PSD! Uma afirmação que mostra, à saciedade, como PS e PSD, em boa verdade, pouco têm de diferente. E que explica o desastre dos ditos partidos do socialismo democrático por esse mundo fora. E também o visível incómodo de Jorge Coelho na última Quadratura do Círculo...
Qualquer português com um ínfimo de conhecimento político terá já percebido que António Sampaio da Nóvoa, como Presidente da República, defenderá Portugal e os portugueses, cá dentro e lá por fora, o que é extremamente duvidoso com Marcelo Rebelo de Sousa, muito mais taticista que o primeiro. E, para ajudar à festa, fugiu-lhe a boca para a verdade – como usa dizer-se –, ao apontar como perigoso o facto do académico não se situar entre o PS e o PSD. E, em boa verdade, embora António Sampaio da Nóvoa não venha a ser um novo Aníbal Cavaco Silva – nunca assumirá uma atitude partidária –, não deixará de liderar a Nação ao seu serviço e para todos os portugueses.
Enfim, o pânico dos grandes interesses instalados na generalidade da área da direita de hoje em Portugal, e que atravessa os tecidos políticos do PS e do PSD, veio agora muitíssimo à superfície. Para alguns membros do PS é preferível uma derrota estrondosa de Maria de Belém ou de Jaime Gama que uma vitória de António Sampaio da Nóvoa sobre Marcelo. O pânico é total…