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Rodrigo Cunha |
A descoberta surgiu no âmbito de um estudo desenvolvido ao longo dos últimos quatro anos, que visava analisar o papel dos recetores A2A para a adenosina (“antenas” que detetam a adenosina, molécula que indica sinal de perigo no cérebro) nos problemas de memória.
Ao bloquear a presença de A2A na glia, os investigadores observaram que a comunicação dos neurónios fica seriamente comprometida: «notou-se uma perturbação disseminada ao sistema nervoso central e os ratinhos passaram a comportar-se como indivíduos que padecem de esquizofrenia», sublinha Rodrigo Cunha, coordenador do estudo que envolveu cientistas de dois grupos de investigação dos EUA.
Ou seja, tal como acontece na Esquizofrenia, «registaram-se três grandes tipos de alterações no funcionamento do sistema nervoso central dos animais, designadamente sintomas negativos (isolamento), sintomas positivos (alucinações visuais e sonoras, delírios, etc.) e problemas cognitivos (memória e concentração). Verificou-se ainda que os ratinhos ficaram ávidos de fármacos psicoativos», descreve o investigador do CNC.
Ao desvendar mais uma peça chave no funcionamento do sistema nervoso é agora possível avançar para mais estudos, tendo em vista o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas para uma das mais incapacitantes doenças psiquiátricas.
Cristina Pinto (Assessoria de Imprensa - Universidade de Coimbra)
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva