A aldeia de Lavandeira, situada na parte terminal do planalto carrazedense, no interface com o vale do rio Douro, onde se desenvolve a Paisagem Cultural Evolutiva e Viva classificada pela UNESCO como Património da Humanidade, já tem um núcleo museológico, o primeiro do projecto de musealização do território que o Museu da Memória Rural de Carrazeda de Ansiães, com sede em Vilarinho da Castanheira, está a implementar no terreno.
José Luis Correia, presidente da autarquia, na cerimónia de inauguração sublinhou a importância do património cultural no processo de desenvolvimento local e sobretudo o papel das tradições e manifestações do património imaterial que definem os particularismos culturais do seu concelho. Referindo-se ao Museu da Memória Rural disse que este é um projecto cada vez mais dos carrazedenses e dos durienses e que os traços culturais que definem a cultura rural deverá ser um motivo de orgulho para todos os que habitam este território.
O projecto de recuperação e musealização da antiga estrutura é o resultado de uma colaboração entre a Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães e a União das Freguesias de Lavandeira, Beira Grande e Selores que desta forma devolvem à população o antigo edifício para fruição pública. Este novo núcleo museológico é o primeiro polo de uma rede mais abrangente de pequenas unidades museológicas que a autarquia está a montar no seu território sob a marca referencial de Museu da Memória Rural.
O Núcleo Museológico do Lagar de Azeite de Lavandeira vai mostrar ao visitante como era produzido o azeite num antigo lagar de prensa de parafuso central. Todo o processo relacionado com esta antiga actividade económica encontra-se aqui retratado ao nível de um discurso museográfico que se inicia na apanha da azeitona, no seu transporte, na sua limpeza antes da entrada no lagar, nas “pulhas” trocadas entre ranchos de jornaleiros e nos processos de moagem, prensagem e, finalmente, na operação que levava à obtenção do fino fio de azeite.
O discurso é sustentado num design gráfico e em documentos de vídeo que recorrem a imagens de recolha etnográfica e a documentação fotográfica antiga, suportes que são sempre apoiados em textos sintéticos resultantes de um trabalho de investigação científica e em explicações com cariz pedagógico.
Ainda durante 2015 será efectuada a abertura do terceiro núcleo do Museu da Memória Rural, o Núcleo Museológico da Telha em Luzelos.