Aldina
Duarte
chegou
tarde
ao
fado.
Ou,
talvez
seja
mais
acertado
dizê-lo,
não
chegou
com
a
idade
com
que
hoje
se
celebram
as
novas
vozes,
augurando-‐lhes
grandiosos
futuros
quando
ainda
mal
se
cruzaram
com
a
vida.
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| Aldina Duarte. Clique na imagem para ver o vídeo |
Por
isso
mesmo,
a
sua
aprendizagem
depois
da
epifania
de
ouvir
Beatriz
da
Conceição
a
dois
passos
fez-se
com
outro
fundo,
uma
bagagem
emocional
sólida
e
uma
maturidade
pessoal
que
nunca
a
fez
cair
num
registo
de
excessos.
Pelo
contrário,
Aldina
não
tem
ponta
de
histrionismo
no
seu
canto,
não
procura
impressionar
de
forma
gratuita,
antes
canta
buscando
em
cada
palavra
a
sua
verdade
absoluta
e
o
autêntico
espelho
daquilo
que
lhe
vai
na
alma.
Aldina Duarte é uma das grandes vozes do Fado, a quem chamam a "Voz Inteligente", pela sua singular capacidade interpretativa.
Apaixonada
confessa
pela
literatura,
Aldina
não
faz
dos
seus
discos
os
habituais
apanhados
de
poemas
(mais
ou
menos
contemporâneos)
que,
de
forma
quase
aleatória,
preenchem
os
registos
da
maior
parte
dos
fadistas
surgidos
pós
Mísia
e
Camané.
A
inteligência
e
rigor
que
dedica
a
cada
álbum
tornam-‐nos
objectos
de
um
deleite
que
convoca
todos
os
sentidos.
Não
é
só
a
voz
que
faz
com
que
a
terra
estremeça
- como
dela
se
diz
e
canta
–
ou
a
profunda
e
ajustada
carga
poética.
Sobretudo
quando
a
palavra
que
lhe
é
oferecida
vem
de
parceiras
habituais
como
Maria
do
Rosário
Pedreira
ou
Manuela
de
Freitas.
Ou,
inclusivamente,
da
safra
da
própria
fadista.
O
amor
enlutado,
a
paixão
visceral
ou
a
condição
feminina,
não
há
ninguém
que
os
cante
como
ela.
Onde: Teatro Municipal de Bragança
Quando: 14 de março de 2015
Hora: 21.30 horas
Entrada:7,00 €