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| |Hélio Bernardo Lopes| |
Invariavelmente, cada português que vive nas grandes urbes tem família no interior do País, e amizades disseminadas por todo o território nacional. Tem, pois, uma boa radiografia social do que se passa em no País.
Significa isto que se tornou muito simples confirmar os recentes dados do Instituto Nacional de Estatística, (INE). O que aqui se contém e os comentários explicativos do académico Farinha Rodrigues, de parceria com as palavras confirmadoras do líder da Cáritas Portuguesa e de um padre português que conhece esta realidade no terreno, mostram que o referido relatório traduz, certamente por defeito, a realidade que a atual Maioria-Governo-Presidente está a deixar para futuro. E a tudo isto há agora que juntar as previsões e as exigências do FMI, que voltarão a trazer mais dores, desemprego, pobreza, miséria e emigração. Numa frase curtíssima: um desastre político-social.
Ora, o Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, conhece tudo isto muitíssimo bem, sendo de todo em todo impensável que viva, por exemplo, na Lua. Se cada um de nós conhece bem o que vai pelo tecido humano e familiar português, fruto do atrás exposto, Pedro Passos Coelho tem por igual de conhecer tal realidade. Negá-la, como há dias tentou, só pode redundar numa cabalíssima estratégia de derrota. O problema não é de tentadas palavras explicativas, mas de uma realidade por quase todos vivida e de todos conhecida. Cada português, a duvidar do que se contém no estudo do INE, será por defeito, porque a verdadeira realidade terá necessariamente de ser pior. Todos sabem que é esta a realidade, mesmo quando alguns interessados a negam.
Eu compreendo o desespero da atual Maioria-Governo-Presidente, perante o que sabem que todos conhecem, e quando quase tudo se abate sobre a política de desastre político-social que fizeram abater sobre quase todos os portugueses e suas famílias. A verdade, porém, é que existem outros caminhos mais apropriados para se tentar explicar (a alguns) o que nunca poderá ser explicado.
Hoje, de um modo que já só mui raros podem recusar, constitui um dado adquirido que a política prosseguida pela atual Maioria-Governo-Presidente constituiu um caminho para destruir, de um modo profundo, a Constituição da República ao nível da sua substância, que sempre se ligou à promoção social da grande maioria dos portugueses. Foi o fruto de uma estratégia com suporte ideológico: destruir o Estado Social e criar pobreza. Por palavras simples: esvaziar, tanto quanto possível, a eficácia da democracia. Quando ouvi as palavras de Pedro Passos Coelho, disse para mim: que visão, que profundidade!!
