Iniciado em Março de 2014, o projecto “Antípodas” procura reflectir sobre a doença de Alzheimer, abrindo um espaço para o debate da doença nas Artes e potenciando um diálogo com o Social. Apostando na linguagem sonora para criar um contexto que envolva os sentidos do espectador, o projecto Antípodas oferece um retrato metafórico da doença de Alzheimer e das suas consequências, a partir do ponto de vista do próprio doente.
“O projecto é baseado numa experiência com a minha avó. Acompanhei-a durante meio ano, tempo que me permitiu conhecer de perto a doença e sentir que, através deste projecto, poderia ajudar as pessoas – todos os cuidadores, familiares, etc. – a perceber a complexidade desta patologia”, revela Luís Montanha.
O projecto “Antípodas” será exibido numa casa de dois pisos, marcados pela parcimónia do mobiliário e pela fraca iluminação. “É importante que o espectador sinta que o lugar é ou foi habitado, que se sinta familiarizado como se fosse a própria casa”, refere Luís Montanha. O espaço estará, assim, em constante diálogo com as imagens e contribuirá para uma sensação de (re)descoberta.
Entidades públicas e privadas que desenvolvam actividades no âmbito do apoio social, cuidadores, estudantes de Medicina, Psicologia, Gerontologia ou de outras áreas relacionadas são alguns dos públicos-alvo do projecto Antípodas. “A visita à exposição permitir-lhes-á uma compreensão mais clara do comportamento da doença, uma experiência sensorial, a possibilidade de ocupar o lugar do «outro» e criar cumplicidade”, sublinham os mentores do projecto “Antípodas”.
Depois da estreia do projecto, no Jardins Efémeros de 2015, será lançado um livro e ainda um CD com a faixa sonora produzida para a exposição.
Sobre os promotores do projecto “Antípodas”
O projecto “Antípodas” está a nascer das mãos de Luís Montanha e Pedro Cruz, dois jovens que se cruzaram no Instituto Politécnico de Tomar e descobriram interesses em comum.
Já Pedro Cruz, natural de Aveiro, enveredou por uma licenciatura em Cinema, no Instituto Politécnico de Tomar, depois de ter concluído a formação em Psicologia na Universidade do Porto. Tem-se dedicado à produção de documentários e teasers, destacando-se o projecto “Do You Bowles”, encomendado para a tese de Doutoramento de Hermínia Sol. Contudo, é o design de som que se impõe como epicentro da sua criatividade, daí o trabalho de sonorização do projecto “Antípodas”.