O inimaginável em Ana Gomes

|Hélio Bernardo Lopes|

A eurodeputada Ana Gomes de há muito habituou os portugueses às suas fantásticas intervenções, ora nos surgindo cheia de razão e usando a lógica, ora estatelando-se completamente, por via de uma inimaginável falta de poder de análise, deixando-se levar pelo que parecem ser meras questões da moda do momento.

Pois, ontem mesmo, numa silenciosa reunião noturna do PS, eis que nos surgiu Ana Gomes com uma das suas novidades: propôs, durante a reunião, o nome de Maria de Belém para candidata do PS ao Presidente da República, nas eleições que terão lugar no próximo ano.

Malgrado a minha já vasta experiência com as intervenções de Ana Gomes, a verdadinha é que, ainda assim, fiquei estupefacto. E porquê? Bom, porque se Jaime Gama está a anos-luz de atrair alguém no domínio político, como é o caso da campanha presidencial que se aproxima, o mesmo se dá com Maria de Belém. Tal como já expliquei num outro texto, nem mesmo António Vitorino possui aquela potencialidade apresentada numa recente sondagem.

Eu compreendo que quem está dentro de uma máquina partidária possa ter grandes limitações na apreciação de um tema desta natureza, mas, ainda assim, acho estranho que, nos casos de Gama e de Belém haja quem tenha a falta de perceção para compreender o que se constitui num tipo de personagem sem atração mediática.

Termino com esta chamada de atenção, mas que é uma pergunta: será que Ana Gomes consegue acreditar que Fernando Nobre, Manuel Alegre, Domingos Abrantes ou Manuel Carvalho da Silva atraem os portugueses? Enfim, foi a mais recente triste ideia de Ana Gomes.