Estamos sempre a aprender

|Hélio Bernardo Lopes|
Suscitou em mim uma enorme graça a recente notícia sobre o encontro que António Almeida Henriques, atual líder da autarquia viseense, manteve com a Secretária de Estado do Tesouro, Isabel Castelo Branco. 

Como se percebe, surgindo a notícia num grande jornal nacional, tive de dar-lhe todo o crédito, mesmo admitindo ligeiras alterações em quanto ali era referido. 

De resto, os portugueses mais atentos, há já uns anos, tiveram a oportunidade de poder observar um episódio em tudo similar, embora o concidadão em causa nunca tivesse exercido nenhum cargo governativo e na mesma área política do seu desaguisado.

Claro está que António Almeida Henriques, tal como eu e tantos outros, sabe que cada dia de vida comporta sempre lições que nos ensinam qualquer coisa. Pelo meu lado, eu sempre admitiria que um tal cenário poderia redundar em algo como o referido na notícia. Além do mais, António Almeida Henriques foi Secretário de Estado de Álvaro Santos Pereira, que teve há pouco a coragem de nos contar um bom bocado do que viveu no seio da atual governação.

Sendo António Almeida Henriques um português de bem, nunca terá deixado de manter a sua amizade e a sua lealdade para com Álvaro Santos Pereira, que hoje é olhado como alguém fora do baralho. Em todo o caso, um baralho que já nem consegue baralhar-se adequadamente, tal é o estado a que Portugal foi conduzido pelos mil e um com uma escola longa de saber viver à luz do politicamente correto.

Mostra a experiência da vida que não ofende quem quer, e muito menos quem sempre foi tido nos seus ambientes de trabalho ou convivência como pessoa afável, educada, competente e proba. Mas se não ofende quem quer, a verdade é que pode prejudicar terceiros que defende. Precisamente os da área de onde se foram desenvolvendo as críticas, sempre malévolas e manientas, ao histórico Álvaro Santos Pereira, que caiu no erro de imaginar que, tal como o Canadá, Portugal também alumia duas vezes. Se for assim, será como (quase) lanterna vermelha.

Desde a grande comunicação social a muitos dos nossos comentadores, não faltou quem tenha olhado para Álvaro Santos Pereira como mais um Zé da esquina. Não conseguindo por cá ir-se mais longe no contexto internacional, resta a muitos portugueses olhar os seus concidadãos com uma espécie de perspetiva superior. Simplesmente, muita gente da área da Economia e da Gestão, em boa verdade, pouco saberá da Relatividade, lembrando-se apenas de ouvir falar em referenciais. Em todo o caso, foi para mim muito engraçado ver António Almeida Henriques receber uma ferroada como a noticiada, e logo a partir do seio deste malfadado Governo de Pedro Passos Coelho.

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