Uma boa parte da realidade

|Hélio Bernardo Lopes|
Aí está uma boa parte da atividade criminosa da CIA sobre gente islamita, praticada em prisões escolhidas noutros países lacaios, como se deu na Polónia, então chefiada pelo socialista Leszek Miller, que garantira ser tudo mentira. 

Pois bem, o relatório do Senado dos Estados Unidos veio agora mostrar que aquele político socialista mentiu. E quem se não recorda das críticas da oposição a Durão Barroso, quando este era Primeiro-Ministro, por ter aceitado a realização da cimeira entre Bush, Blair e Aznar, nos Açores...

Nunca duvidei – pude já escrever esta minha certeza por vezes diversas – de que se fosse o nosso Governo liderado pelo PS, o resultado teria sido o mesmo. Duvido, até, que se fosse o PCP a liderar um Governo de Portugal, se viesse a opor à referida cimeira nos Açores, ou recusasse a passagem dos voos de rendição, se estes fossem solicitados.

A verdade é que Barack Obama tomou a iniciativa de solicitar ao Senado uma investigação ao que realmente se passou, tendo este aceitado e realizado a mesma, agora dada a conhecer. E o resultado é inequívoco: sob o comando da CIA, foi praticada tortura sistemática sobre os detidos islamitas na sequência dos acontecimentos de 11 de Setembro.

As torturas operadas incluíram crimes diversos, desde ameaças várias, mentiras, recusa do direito de defesa, simulações muito violentas de afogamento, privação do sono, etc.. Dos políticos europeus, bom, nem uma palavrinha. De resto, como sempre se percebeu, no mínimo estas atividades tiveram a aquiescência dos Estados europeus e da OTAN. E seria interessante que se viesse a conhecer a lista dos países que aceitaram autorizar os famigerados voos de rendição. Talvez um dia...

Mas há um ponto, nas palavras de Barack Obama, que não corresponde à realidade norte-americana: o de que os valores fundadores dos Estados Unidos não contemplam este tipo de práticas. A grande e conhecida verdade é que os Estados Unidos desde há muitíssimas décadas trataram com violência única povos de quase todo o mundo. Essa foi sempre a sua postura na vida política internacional. E mesmo agora, quando Obama expôs o que refiro atrás, aí está o racismo a regressar à ribalta da sociedade norte-americana, no que deverá ser o dealbar de um verdadeiro neo-apartheid.

Mas o mais interessante em tudo o que se vai vendo, ou que agora nos foi contado – já se sabia, claro está –, é que ninguém é responsabilizado por tais crimes, sejam dirigentes políticos ou administrativos, mais altos ou meros executores. É a dita democracia à moda dos Estados Unidos, um autêntico Estado Totalitário e uma exploradora plutocracia.

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