Existe um grande número de animais em que é difícil diferenciar os machos das fêmeas. Para resolver esta questão, cientistas têm usado técnicas de genética, normalmente dispendiosas e que exigem algum tempo para obter os resultados.
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| Pinguim de Barbicha |
A citometria de fluxo caracteriza-se por ser uma tecnologia rápida e precisa, que permite medir e avaliar um gigantesco número de células em simultâneo e obter a informação detalhada do comportamento de cada célula.
Os resultados, aplicados a amostras de duas espécies de pinguins (pinguim gentoo Pygoscelis papua e pinguim de barbicha Pygoscelis antarctica), revelaram que, quando comparada com outras técnicas, a citometria de fluxo permitiu a correta identificação do sexo dos pinguins em mais de 80% dos indivíduos, evidenciando o seu carácter promissor para a identificação do sexo de animais com tamanhos de cromossomas sexuais distintos.
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Pinguim Gentoo
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Por seu lado, o coordenador de projetos científicos na Antártida e autor sénior do mesmo artigo, José Xavier, sublinha que «este importante trabalho faz parte de programas científicos nacionais e internacionais sobre a Antártida em que a Universidade de Coimbra está envolvida, focado em compreender como o Oceano Antártico nos pode levar a compreender o efeito das alterações climáticas, pois o que acontece lá pode-nos levar a perceber melhor o que poderá vir a acontecer no resto do planeta». Mais, prossegue o investigador da UC, «este estudo contribui significativamente para desenvolvermos melhores técnicas aplicadas à ciência».
Autores do artigo:
João Loureiro, Daniela Tavares, Sónia Ferreira, José Seco, Phil Trathan, Tiago Valente & José Xavier (2014). Sex identification in Gentoo (Pygoscelis papua) and Chinstrap (Pygoscelis antarctica) penguins: can flow cytometry be used as a reliable identification method? Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 461: 364-370
Cristina Pinto – Assessoria de Imprensa – Universidade de Coimbra
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

