Sintonia e sentido de oportunidade

|Tânia Rei|
Há pessoas com mau sentido de oportunidade, que nos aparecem sempre quando temos que fazer, quando temos que ir “ali” ou quando a conjectura não é a mais adequada.

Nem sei bem se são elas que têm mau sentido de oportunidade, ou se, pelo contrário, somos nós. A linha que separa os grupos dos com mau sentido de oportunidade e os outros é muito ténue.

Não ter mau sentido de oportunidade nem sempre significa que se tenha bom sentido. É o que o povo chama o “lá calha”.

O que não percebo é o porquê de este mau sentido de oportunidade se reflectir de forma tão vincada nas relações amorosas.

Conhecemos as pessoas ideais nas alturas erradas, ou quando não é politicamente correcto, ou quando moram a 500 quilómetros (ou mais), ou quando elas namoram, ou quando nós namoramos.

Nunca estamos em sintonia. Agora é que era, mas não dá. Agora apetecia-me, mas a ti não. Agora tenho tempo, e tu preso no trabalho. Como diz uma amiga minha, “uma vida a sofrer”.

Deve ser por isso que há tantos livros e filmes e canções sobre o amor. Porque não damos com o raio da frequência do “amor eterno e do bom”. Sim, porque pode haver amores eternos, mas sem ser correspondido.

Devia haver uma forma de nos identificarmos, de dizermos que estamos disponíveis para o amor. Uma fita vermelha no braço, por exemplo. Ou uma amarela, se só estivermos interessados em amizade. Ou uma branca se não estivermos para aí virados.

Conhecemos bons pessoas em maus momentos, más pessoas em bons momentos e nunca andamos em sintonia.

Conhecemos quem não devemos, quem nunca deveríamos ter conhecido, quem nunca queríamos ter conhecido.

Andamos por aí, aos encontrões, quais carrinhos de choque. E nunca se acerta. Nunca é a hora certa.

Talvez seja a altura de mudarmos o horário desse relógio. Um acerto, como na hora de Verão e Inverno.

E aí, vamos sorrir, e dizer “vieste em boa hora”.

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