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|Hélio Bernardo Lopes| |
A verdade é que sempre nos foi apontada a excecional importância de os possuirmos, pelo que se justifica a pergunta: já detetaram algum submarino russo, mesmo que não nuclear e muito longe dos mais sofisticados? Se o fizeram – não fizeram, claro –, nada transpirou, para mais num país onde o que é secreto se torna público nas vinte e quatro horas seguintes. E sempre sem que se descubra a fonte da fuga informativa.
De resto, é essencial não esquecer que os nossos caças, embora capazes de acompanhar os aviões russos, razoavelmente lentos, se mostraram completamente inábeis na perseguição a um ultraleve, de que se tomou aqui conhecimento através das autoridades espanholas. Um ultraleve que voava de noite, sem luzes, a baixa altitude, lá para as zonas do Sabugal.
E se a Força Aérea se ficou em nada neste caso do ultraleve, as forças policiais terrestres também nada conseguiram descobrir posteriormente. Um verdadeiro dois em um. No fundo, a metodologia que a Força Aérea da Rússia deve treinar se, por uma necessidade extrema, um dia pensar em surpreender-nos: atacar de noite, usando ultraleves, sem luzes de sinalização, voando a baixa altitude e armados de uma bomba nuclear a rebentar após meia hora da sua aterragem com pára-quedas. E se atacarem em manada, sobre as bases aéreas principais, deverá poder garantir-se, com elevada probabilidade, que o País ficará sem resposta aérea.
Aguardo, pois, a notícia de que um dos nossos novos submarinos, que tão essenciais se mostravam para a projeção do nosso poder, venha a obrigar um qualquer submersível do malandrão do Putin a vir à superfície. Não se duvide: os russos, como tantos de nós, andam por aí...