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| |Hélio Bernardo Lopes| |
Diz Manuel Alegre que António Costa tem um peso grande sobre os seus ombros e que as pessoas quase lhe exigem milagres. Pois, esse peso é uma realidade, mas também o é que o que os portugueses dele esperam é que reponha a justiça que a atual Maioria-Governo-Presidente destruiu nestes três anos e pouco. De facto, ninguém espera nenhum milagre do PS de António Costa, mas que ele inverta o infernal ciclo criado até aqui.
Quando Manuel Alegre refere que António Costa deverá ter um pacto para defender o Estado Social, o crescimento e a economia, não pode o poeta imaginar que António Costa nos possa vir dizer que o Estado Social está destruído e que serão precisas décadas para o reconstruir. Isso, a ir-se por aí, seria um suicídio político, porque mostraria, afinal, que o PS, com ou sem Costa, não tem capacidade para repor a essencialíssima justiça social.
Objetivamente, se a democracia pode servir para tudo privatizar, também terá de permitir que se possa nacionalizar. Pedro Passos Coelho e Paulo Portas sabiam o que queriam e para onde pretendiam ir. E, mesmo sem se chegar a destruir o Estado Social, conseguiu-se destruir muitas das vantagens humanas que foram trazidas a todos os portugueses pela Revolução de 25 de Abril e pela Constituição de 1976.
É legítimo, pois, que os portugueses exijam do PS que tenha um outro caminho e seja capaz de o pôr em marcha, com resultados palpáveis, a curto ou médio prazo. Porque se assim não vier a dar-se, ter-se-ão criado as circunstâncias para o fim histórico-político do PS. E há, como se sabe, muito boa gente à espera de uma tal oportunidade.
