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| Hélio Bernardo Lopes Escreve diariamente |
Mais do que na Lua, o que agora se me afigura é Marte!! Para que o leitor consiga perceber o que está aqui em jogo, fica desde já esta minha questão: é minha convicção que a atual maioria de imediato irá apoiar esta iniciativa, uma vez que ela a nada conduzirá de concreto, como se sabe do funcionamento deste tipo de trabalhos parlamentares, e porque com o decorrer do tempo os verdadeiros responsáveis do que se passou com o GES/BES acabarão por conseguir criar uma espécie de caos no apuramento do que quer que seja, acabando as responsabilidades por serem assacadas à empresa de auditoria, contratada pelo Banco de Portugal, à CMVM, para mais depois do aviso certeiro de Carlos Tavares na Assembleia da República, e, porventura, embora minimamente, ao Banco de Portugal.
Que João Cravinho ainda pudesse vir defender uma tal iniciativa, bom, até se poderá compreender. Mas vir o PCP fazê-lo, sabendo que com tal caminho nada se virá a apurar e que o que acabará por dar-se é ficarem os reais responsáveis de todo este desastre fora da alçada da área que deveria tratar do caso – a da Justiça –, é verdadeiramente fantástico e mostra o modo completamente inadequado de tratar um caso como este e com as dimensões que podem já ver-se. Para já...
Aqui tem o leitor a verdadeira razão de Portugal e quase todos nós termos chegado ao estado que se conhece. No fundo, os nossos políticos vão contemporizando, naturalmente com linguagens distintas, com os mil e um abusos que uns quantos vêm praticando desde que se regressou à privatização da banca, então com Mário Soares em Presidente da República e Aníbal Cavaco Silva como Primeiro-Ministro. Uma verdadeira tragédia para quase todos os portugueses. Limitamo-nos, no fundo, a ter a democracia, mas com dirigentes políticos da mais limitada qualidade política.
Por fim, uma pergunta: por onde andam agora os antigos Presidentes da República, os académicos da Economia e das Finanças, aquela miríade que apontava o dedo (e com alguma razão) a José Sócrates e a Fernando Teixeira dos Santos? Nenhum destes nossos concidadãos tem nada a dizer? E que é feito da opinião de Diogo Freitas do Amaral? Como se carateriza a opinião sobre tudo isto do nosso académico?
Sabe o leitor o que lhe digo? Pois, que convém que leia o discurso de Salazar em Janeiro de 1949, no Palácio da Bolsa do Porto, e compare o que lá disse o velho de Santa Comba com o que está hoje a passar-se, depois de quatro décadas de uma dita democracia à portuguesa. Se ler esse discurso, não perderá o seu tempo.
