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Hélio Bernardo Lopes Escreve diariamente |
Se aqui, desta vez, esse novo acontecimento teve lugar no Estado do Oregon, em condições que não domino ainda, já entre nós a queda do mais recente ultraleve, felizmente sem mortos ou feridos, teve lugar neste Dia de Portugal, próximo de Alter do Chão.
Ora, este caso da rotina na queda de ultraleves em Portugal merece algumas referências. Em primeiro lugar, não se ouve falar numa qualquer inspeção pública às aeronaves, tal como tem lugar com os veículos rodoviários. O leitor, tal como eu, não terá lembrança de uma qualquer multa por via de falta de inspeção a uma aeronave ligeira.
Em segundo lugar, quem nos noticia tais acontecimentos, de pronto refere ir ter lugar um inquérito da autoridade competente, sendo que nunca nos chegam as conclusões do mesmo. O contrário, pois, do que tem lugar com os veículos rodoviários, ou mesmo ferroviários. No caso dos desastres com aviões ultraleves, ou ligeiros, esse resultado, proveniente do inquérito, nunca chega a ser noticiado, nem existe memória de um qualquer pedido de responsabilidades em juízo.
E, em terceiro lugar, tomando por base a informação noticiada, parecem ser relativamente inamovíveis as condições legais de acesso à autorização para pilotar aeronaves ou para dirigir barcos pequenos, mas em condições de poderem navegar bem longe da costa e ao longo de toda ela. A uma primeira vista, bom, não parece lógico.
Apenas a título de exemplo, e na sequência do caso do Meco, recorde-se o naufrágio de certo barco pequeno – foram muitos os mortos – logo um dia ou dois depois daquele caso.
E se no caso do Meco ainda se chegou a conhecer alguma da investigação realizada, já com o do barco e das correspondentes mortes nunca nada chegou ao conhecimento público.
O espanto – ou será que não? –, nestes casos, é que ninguém parece preocupar-se com tais realidades, desde o poder político aos jornalistas e comentadores do que decorre pela nossa vida em sociedade. É realmente caso para que nos vejamos acometidos de algum espanto. Ou não?