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| Nordeste Transmontano investe 33 milhões de euros na amêndoa |
Mostrar que a produção de amêndoa no Nordeste Transmontano tem potencial para crescer e que pode ser lucrativa para os agricultores é o propósito das jornadas técnicas que vão juntar especialistas e produtores, na sexta-feira, em Alfândega da Fé.
No Nordeste Transmontano, sobretudo nas zonas da Terra Quente e do Douro Superior, mais para o sul do Distrito de Bragança, concentra-se a maior parte do amendoal português, 16 mil dos cerca de 24 mil hectares, e daqui sai 67 por cento da produção nacional de amêndoa.
O volume de negócios gerado por este fruto seco em Trás-os-Montes ronda os oito mil euros por ano resultado de uma produção de cerca de duas mil toneladas, enquanto a vizinha Espanha, líder europeia na produção, colhe cerca de 220 mil toneladas por ano.
As estatísticas oficiais revelem que o interesse por esta cultura está a aumentar com a direção regional de agricultura a contabilizar "714 pedidos" de financiamento ao PRODER.
Manuel Cardoso destacou que acrescem ainda 12 milhões atribuídos pelo PRODER a alguns destes projetos como prémio à primeira instalação, ou seja iniciativa de jovens agricultores.
Dinamizar a fileira da amêndoa é o propósito dos promotores das jornadas programadas para Alfândega da Fé, no âmbito de um projeto que envolve a Direção Regional de Agricultura, o Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e do Centro de Investigação da Montanha do Instituto Politécnico de Bragança.
A iniciativa vai juntar empresários, produtores, técnicos e investigadores num debate sobre novas formas de produzir e escoar a amêndoa de Trás-os-Montes e Alto Douro, através da aposta em variedades locais, com mais sabor e aroma, na conservação de variedades em extinção e no desenvolvimento de novos produtos ou até novas formas de utilização, como por exemplo, na cosmética", como explicou Ana Paula Silva, do CITAB.
"Temos condições naturais muito favoráveis ao cultivo, que é feito, praticamente, em modo de produção biológica. É também uma cultura económica e ambientalmente sustentável, com um enquadramento perfeito com a vinha e o olival", sustentou.
Além disso, a amêndoa adapta-se "a uma região desertificada e envelhecida como Trás-os-Montes pois os custos de produção são relativamente reduzidos e exige pouca mão-de-obra quando comparada com outras culturas, nomeadamente a vinha", esclareceu.
HFI // JGJ
Lusa/fim
