Campanhas eleitorais para as eleições Europeias das duas principais forças políticas passam pelo Nordeste Transmontano

Tanto o PS como o PSD escolheram a região para arrancar com as campanhas eleitorais para as eleições europeias que se realizam a 25 de Maio próximo. 

O cabeça de lista dos socialistas às próximas eleições europeias, Francisco Assis, percorreu, no passado sábado, as ruas meio desertas de Bragança e Mirandela com várias dezenas de cidadãos que desconheciam em absoluto a existência de eleições no próximo dia 25.


Paulo Rangel no almoço de Macedo de Cavaleiros. Foto: Facebook PSD de Macedo de Cavaleiros

Francisco Assis na Feira da Saúde de Macedo de Cavaleiros. Foto: Facebook PS de Macedo de Cavaleiros
"O maior adversário da mudança política em Portugal é a abstenção", disse Pedro Silva Pereira, sétimo da lista europeia do PS, em entrevista conjunta à Antena 1 e Diário Económico.

Em Mirandela e em Bragança, Pedro Silva Pereira acompanhou de perto Francisco Assis nas ações de contacto com eleitores e, por certo, teve a oportunidade de confirmar no próprio terreno a sua tese.

Nas eleições europeias de 2009, a abstenção já chegou aos 65 por cento, mas dirigentes socialistas contactados pela agência Lusa temem que este valor possa superado no dia 25 de maio.

Apontam, para o efeito, várias adversidades: É a primeira vez que as eleições europeias se realizam em maio; a maioria PSD/CDS estará a fazer uma campanha discreta, o que não ajuda a criar um ambiente de tensão/mobilização; e a Comissão Nacional de Eleições deveria fazer mais para informar os cidadãos sobre a realização de eleições daqui a duas semanas.

Em Mirandela, um dos bastiões sociais-democratas do país, Francisco Assis entrou numa boa dezena de talhos e em espaços para venda de presunto ou alheiras. Pediu mudança política em Portugal e na União Europeia, mas alguns populares responderam com um "será?".


Numa manhã de calor, em Bragança, Assis e Pedro Silva Pereira repetiram a dose da ronda por espaços comerciais, agora sobretudo por ourivesarias e lojas de pronto-a-vestir.

"Apanharam-me de surpresa, já os conheço da televisão", disse um comerciante aos dois dirigentes socialistas. Quando Assis e Silva Pereira abandonaram estabelecimento, o comerciante fez a pergunta: "Mas vamos ter agora eleições?". No entanto, o cabeça de lista socialista às europeias afirmou que os três anos de Governo PSD/CDS serão avaliados nas próximas eleições, numa intervenção em que acusou Paulo Rangel de "mentir" sobre o passado para esquecer o presente.

Francisco Assis falava no final de um almoço com apoiantes em Bragança, num discurso em que argumentou contra a ideia de que os socialistas são despesistas e em que defendeu a tese de que os governos PS têm um histórico (com Mário Soares e José Sócrates) de medidas para o equilíbrio das finanças públicas.

"Por muito que este Governo e por muito que os candidatos da direita [PSD/CDS] queiram fugir a um balanço destes últimos três anos, vão ter mesmo que responder perante o país por aquilo que fizeram", disse.

Já em Macedo de Cavaleiros, Francisco Assis falava aos jornalistas após visitar a II Feira da Saúde de Macedo de Cavaleiros e depois de ser questionado pela imprensa local sobre a polémica em torno do eventual fim de serviço do único helicóptero existente dedicado a emergências médicas, o candidato disse não ter dúvidas sobre a palavra dada pelo atual ministro da Saúde.

"Não tenho razões para duvidar da palavra do ministro da Saúde" "Não tenho razões para duvidar da palavra do ministro da Saúde, não me comporto na vida política dessa forma. Se fossem outros membros do Governo teria muitas, muitas razões para duvidar. O ministro da Saúde, apesar de tudo, não é daqueles em relação aos quais eu tenha razões para ter uma dúvida em relação à sua palavra", declarou o dirigente do PS”, salientou.

Também a coligação PSD/CDS-PP escolheu o passado fim-de-semana para fazer campanha na região.

O presidente do PSD e primeiro-ministro defendeu ontem, domingo, em Macedo de Cavaleiros, que a União Europeia não merece a crítica, mas sim o agradecimento dos portugueses pela sua solidariedade, afirmando que os parceiros europeus evitaram um desastre social em Portugal.

Durante um almoço de campanha da coligação PSD/CDS-PP, em Macedo de Cavaleiros, Pedro Passos Coelho pediu aos eleitores para que não se deixem desmobilizar pela ideia de que a Europa foi a culpada da crise no país e participem nas eleições de 25 de maio: "Nós temos de combater esta abstenção muito elevada que tem marcado sempre as eleições europeias".

"Mas quem deixa o país na bancarrota é quem trata do estado social? Como é que um país com os cofres vazios pode pagar a educação, a saúde ou a segurança social?" No início da sua intervenção, o presidente do PSD lembrou os tempos que antecederam o pedido de resgate financeiro feito pelo anterior Governo do PS, relatando: "Na altura, a aflição era tanta que até de Frankfurt e de Bruxelas nos ligavam a nós a perguntar: então os senhores não pedem ajuda, não têm dinheiro para pagar e não pedem ajuda?".

O cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP, Paulo Rangel acusou o PS de falar do estado social, quando deixou o país "com os cofres vazios", sem poder pagar educação, saúde e segurança social. "Vejo os nossos adversários, que ainda no sábado andaram por estas terras, a falar do estado social. Mas quem deixa o país na bancarrota é quem trata do estado social? Como é que um país com os cofres vazios pode pagar a educação, a saúde ou a segurança social?", questionou Paulo Rangel.

As interrogações de Rangel foram proferidas num almoço em Macedo de Cavaleiros, com o presidente do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e o primeiro candidato do CDS-PP na lista da coligação Aliança Portugal (PSD/CDS-PP), Nuno Melo.

 Fonte: Lusa

www.CodeNirvana.in

© Autorizada a utilização de conteúdos para pesquisa histórica Arquivo Velho do Noticias do Nordeste | TemaNN