A corrida americana para a guerra

Hélio Bernardo Lopes
escreve diariamente
Como desde cedo se percebeu, a situação na Ucrânia tem-se vindo a agravar, tornando-se hoje evidente que os seus atuais dirigentes mais não são, de facto, que marionetas do Ocidente. E mesmo os revoltosos do Leste estão por igual sob o comando estrangeiro, aqui o de Moscovo. No meio de tudo isto, um silêncio: os católicos não surgem a terreiro, como na Venezuela, a apregoar o excesso de uso da força...

Ridiculamente, depois da força que obrigou Yanukovich a ter de deixar o cargo para que fora eleito, os então revoltosos surgiram na passada semana a darem-se por impotentes para parar a revolta no Leste do país. E têm razão quando acusam Moscovo de estar por detrás do que está ali a passar-se. Claro. Mas o que não referem é que foi a União Europeia, com particular ênfase para a Alemanha, que esteve por detrás do estado de barbárie inicial. Semearam ventos...

No entretanto, os Estados Unidos começaram a tentar meter, mais uma vez, a sua bota, por enquanto soft. Uma realidade que por igual se está a ampliar em relação à China, onde parece que os Estados Unidos também semearam ventos, mas já muitíssimo antigos. Uma realidade que começa a assumir proporções algo patéticas, mas muito perigosas.

Depois da decisão recente de um tribunal de Xangai, sobre dívidas do Japão desde a II Guerra Mundial, surgiu agora o órgão oficial do Partido Comunista Chinês a lançar um aviso aos Estados Unidos: não é possível parar a China e o seu desenvolvimento na Ásia, até porque é a China que sustenta a gigantesca dívida norte-americana. Mas, enfim, sempre resta aos americanos a bomba termonuclear.

Ao mesmo tempo, e como é já usual com os democratas dos Estados Unidos, lá nos surgiu Barack Obama a acusar a Rússia de violar o acordo antes estabelecido sobre a Ucrânia. Um malandro, este Putin, que não passa um infinitésimo de cartão aos bonzões dos ucranianos manobrados pelo Ocidente. Mais um momento de rara infelicidade deste presidente norte-americano. Um tique da Guerra Fria, mas que se mantém.

Vai na volta, e eis que o líder do Governo brincalhão da Ucrânia veio agora acusar a Rússia de pretender pôr em andamento uma III Guerra Mundial! É claro que se espera que um político use da graça, mas não deste modo ridículo e completamente à revelia da inteligência dos cidadãos bem informados do Mundo. Nem os membros desse Governo fantoche, tal como os seus familiares, acreditam numa só dessas palavras! É o ridículo na atual política mundial.

Em contrapartida, o contrário é que seria possível: os Estados Unidos a iniciarem uma corrida às armas, que possa vir a redundar numa nova guerra mundial. Nunca duvidei – disse-o vezes sem conta a conhecidos e amigos – que os Estados Unidos, se virem a sua situação económica a perigar, não deixarão de recorrer às armas, porque admitem – admite-se, em geral – que, fora da utilização das armas nucleares, os Estados Unidos pensam poder conseguir dominar os seus adversários. A verdade é que se trata de um jogo repleto de perigos e para toda a Humanidade.

Não deixa de ser interessante escutar que o tempo de hoje tem mais de uma centena de democracias no Mundo, para mais com o Papa Francisco em Roma e Obama nos Estados Unidos. A verdade, porém, é que se pressente – já mesmo se sente – o perigo a chegar... Até o Mister Ketchup já veio reconhecer que tudo era mais funcional e controlável no tempo da União Soviética! É caso para que lhe gritemos daqui: à grande Mister Ketchup!!

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