Mais de 1,9 milhões de portugueses já estão no limiar da pobreza

Eugénio Rosa
Escreve sobre Economia
Mais de 1,9 milhões de portugueses já estão no limiar da pobreza, mas mais de 4,9 milhões de portugueses só não estão no limiar da pobreza porque recebem prestações sociais, e a prestação social que tira mais portugueses do limiar da pobreza (2,2 milhões ) são precisamente as pensões de reforma, que são o alvo preferencial da fúria da politica de cortes do governo e da troika.

Como consequência do congelamento das pensões e da politica de cortes, entre 2011 e 2012, a pensão média do Regime Geral da Segurança Social, segundo dados constantes do Relatório de Contas de 2012, que já era muito baixa sofreu uma forte redução de 13%, pois passou de 460 euros para apenas 400 euros.

E o governo e a troika pretendem ainda cortar mais nestas pensões e em outras prestações sociais o que naturalmente vai atirar muitos mais milhares de portugueses para a miséria.

O INE acabou de divulgar os resultados do “Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado em 2013 sobre rendimentos do ano anterior” dos portugueses, que revelam um aumento significativo da pobreza em Portugal. Esses dados provam também mais uma vez a falsidade das conclusões do estudo do FMI, analisado no nosso estudo anterior, de que, no nosso país, são os ricos que estão a ser mais atingidos pela política de austeridade.

A partir de 2010, com a chegada da “troika” e a entrada em funções do governo PSD/CDS, o número de portugueses no limiar da pobreza têm aumentado de uma forma continua, representando, em 2012, já 18,7% da população total o que significa que 1.961.100 portugueses vivem já na miséria.

Outro aspeto preocupante revelado pelos dados do INE é o facto de que, em 2012, sem prestações sociais, o número de portugueses que estaria no limiar da pobreza subiria para 4.918.500, o que corresponderia a 46,9% da população total. Entre 2010 e 2012, o seu número registou um aumento de 10,4%.

E como mostram também os dados do INE do quadro 1, são precisamente as pensões que tiram maior número de portugueses do limiar da pobreza. Em 2012, mais de 2,2 milhões de portugueses só não estavam no limiar da pobreza devido às pensões que recebiam.

E são precisamente as pensões e os pensionistas que são o alvo preferencial do governo e da “troika” na sua fúria de cortes nos rendimentos dos que menos têm e de aumento das desigualdades.

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