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Hélio Bernardo Lopes Escreve diariamente |
O assunto, porém, voltou agora à berlinda. E porquê? É simples: o anúncio de eleições na Síria a curto ou médio prazo. Creio mesmo que tais eleições poderão estar já marcadas, sendo que Bashar Al-Assad será candidato ao cargo de Presidente da República. Num ápice, surgiu o pânico. Até Ban Ki-Moon, verdadeira correia de transmissão dos Estados Unidos, nos veio dizer que tais eleições constituem um risco para as negociações de que já não se ouvia falar.
Compreende-se este sobressalto, porque se Bashar Al-Assad vier a vencer as referidas eleições, a verdade é que a Síria passa a ter um presidente com legitimidade renovada, talvez mesmo reforçada. Perante esta realidade, qual coelho tirado de uma cartola de mágico, aí nos surgiram supostos indícios de um novo ataque químico. Diz-se, neste caso, que poderá ter sido um qualquer produto tóxico de origem industrial.
Mas será que existem provas desta historieta? Pois, dizem que sim. E que provas são essas? Bom, os rebeldes anti-Assad, que logo divulgaram um vídeo supostamente gravado durante o ataque ao seu bastião. À luz desta conversa, terão sido intoxicadas cerca de quatro centenas de pessoas. Logo um pouco depois, os Estados Unidos vieram dizer ter também indícios do facto referido.
Estas notícias, com toda a aparência de fabricação artificial, surgem e são divulgadas pela comunicação social mais ou menos ligada aos interesses geostratégicos dos Estados Unidos, embora para os mais prevenidos e sensíveis a este tema as mesmas acabem por não colher. Bastou que Bashar Al-Assad tivesse dito que se iria candidatar, e logo nos surgiram supostas evidências do uso de armas químicas, mesmo que muito rudimentares. Só não se percebe por manifesta teimosia. Ou sonolência.