Quercus exige apuramento de responsabilidades no fogo do distrito de Bragança

A associação ambientalista Quercus exige o apuramento de responsabilidades sobre o incêndio que afetou os concelhos de Alfândega da Fé, Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta e Torre de Moncorvo, no distrito de Bragança.



Em comunicado, os ambientalistas afirmam que nos quatro concelhos situados na zona do rio Sabor, o fogo destruiu floresta e áreas agrícolas, "no total de mais de 14 000 hectares, provocando avultados prejuízos".

Os fogos que tiveram início em Picões, no concelho de Alfândega da Fé, e na Quinta das Quebradas, concelho de Mogadouro, a 09 de julho, "afetaram mais de 14.000 hectares" no vale do rio Sabor e encostas envolventes.

"A área ardida está integrada na Zona de Proteção Especial para aves selvagens e Sítio de Importância Comunitária - Rios Sabor e Maçãs - ambos constituintes da Rede Natura 2000, onde estão a avançar as obras da albufeira e barragem do Baixo-Sabor, promovida pela EDP", acrescentam os ambientalistas em comunicado.

Dado que existe a afetação "desta importante área classificada" com habitats prioritários para a conservação, a Quercus "exige" que seja elaborado e divulgado um relatório detalhado da ocorrência, referindo as diversas questões ligadas à definição da estratégia de atuação e de prioridades de combate para defesa dos valores existentes.

"Sem prejuízo desta avaliação, é já evidente que estamos na presença de uma clara falha de todo o sistema de prevenção e de combate aos incêndios, em que as autoridades responsáveis demostraram a sua total inoperância em situações deste género", frisam os ambientalistas.

Esta ocorrência "é também a prova indesmentível do desinvestimento e das políticas erradas de ordenamento florestal, prevenção e combate promovidas pelos últimos governos".

"É pois urgente apurar responsabilidades, pelo que há várias questões no ar que deverão ser respondidas por quem de direito", conclui o comunicado.

A Quercus considera "necessária uma estratégia de longo prazo com melhores políticas agro-florestais, que promova o investimento público na floresta autóctone, com recurso a diversas espécies mais resistentes ao fogo, como os carvalhos, sobreiros e outras adaptadas ao território".

Agência Lusa

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