O candidato da CDU à Câmara de Bragança, José Castro, insurgiu-se hoje contra a atribuição da mais alta distinção do município ao governante que aprovou a polémica barragem local-de Veiguinhas.
A Câmara Municipal de Bragança, liderada pelo social-democrata Jorge Nunes, decidiu atribuir ao ex-secretário de Estado do executivo PSD/CDS-PP, Pedro Afonso de Paulo, em cerimónia marcada para sexta-feira, a medalha de ouro da cidade até agora só entregue ao antigo Presidente da República Jorge Sampaio.
A barragem de Veiguinhas é apontada como a solução para resolver o problema da falta de abastecimento de água à população de Bragança, mas esbarrou ao longo de anos em sucessivos chumbos ambientais, por se localizar no Parque Natural de Montesinho, até que, em março de 2012, o então secretário de Estado deu luz verde ao projeto.
Para o candidato da CDU, “não formam e nem são os interesses do concelho e das suas populações que avançam com Veiguinhas, mas sim os interesses no favorecimento de um grupo empresarial que está inscrito no memorando da 'troika' para ser privatizado”, numa referência às Águas de Portugal.
A CDU lembrou que Pedro Afonso de Paulo preparou a privatização já na época em que foi secretário de Estado do ministro do Ambiente Isaltino Morais, passou para a tutela da empresa e voltou a ser secretário de Estado do atual Governo, cargo que deixou alguns meses depois de aprovar Veiguinhas.
“Se dúvidas houvessem quanto aos interesses que estão por detrás do avanço da barragem de Veiguinhas, elas desvaneceram-se agora definitivamente”, considerou o cândido da coligação de esquerda, em conferência de imprensa.
A CDU defendeu que o projeto “não é economicamente viável, o que se refletirá no tarifário da água a pagar pelos munícipes, nem ambientalmente, pela artificialização de um dos únicos e cada vez mais raros sítios naturais do concelho e do país”.
“Num momento em que a sociedade pede a moralização da vida política, a CDU não pode deixar de condenar a conivência e/ou silenciamento das restantes forças políticas do concelho, que assim sacrificam os interesses das populações aos respetivos interesses imediatos e influências eleitorais.
A construção da barragem arrancou no início de julho, com um prazo de execução de 14 meses e um custo que ronda os sete milhões de euros.
Lusa
CDU de Bragança contesta homenagem a ex-governante que aprovou barragem
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/ Foi publicado
terça-feira, 16 de julho de 2013
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