Microcentral Hidroelétrica do Fervença entrou em funcionamento

Já está a funcionar, desde o início do mês de abril, a Microcentral Hidroelétrica do Fervença, integrada no edifício do Centro Ciência Viva de Bragança.





Com uma potência de 20 KW, a Microcentral Hidroelétrica produz energia elétrica em Baixa Tensão que é vendida ao operador de rede de distribuição, a EDP.

Neste projeto, pretende-se focar a vertente didática da produção micro-hídrica, através de um quadro sinóptico demonstrativo da instalação em funcionamento, com ligação a “interface gráfica” para compreensão do esquema integral desde a tomada de água da presa do Rio Fervença, junto ao Jardim José de Almeida, até à produção e utilização da energia elétrica.

Será, ainda, possível (entre outras valências) a visualização de energiaenviada à rede em tempo real, assim como a visualização da percentagem de produção face aos consumos do edifício, dos totais de energia produzida e consumida na instalação. Existe, também, a possibilidade de comandar manualmente a central, tendo em vista as funções didáticas da instalação, no âmbito do trabalho promovido pelo Centro Ciência Viva no que toca a atividades.

A Microcentral Hidroelétrica do Fervença representa um investimento de 120 mil euros. O edifício do Centro Ciência Viva localiza-se no espaço da antiga Central Hidroelétrica de Bragança, na margem esquerda do Rio Fervença, na zona dos Batocos, no Centro Histórico de Bragança.

Recorde-se que, no final do século XIX - início do século XX, a iluminação pública a petróleo, considerada defeituosa e anti-higiénica, deu lugar à iluminação elétrica, tendo-se iniciado o processo de iluminação das vilas e cidades. Bragança, no ano de 1906, ainda era iluminada por uma débil rede de lamparinas com funcionamento a petróleo, os candeeiros apagavam-se antes da meia-noite e nas noites de luar não eram acesos para poupar petróleo. A Câmara Municipal, em reunião de 8 de Novembro de 1906, decidiu abrir concurso para a concessão da iluminação elétrica da cidade, com aproveitamento da queda de água no rio Fervença, zona dos Batocos.

O concurso ficou deserto mais do que uma vez, tendo sido feitas várias tentativas, sem êxito, de ajuste direto.

A discussão de soluções alternativas, mudanças de executivo camarário, a revolução de 1910 e outras situações fizeram com que o problema da contratação se arrastasse até 16 de Fevereiro 1912. A construção da Central dos Batocos, canal, barragem e restantes obras deveriam ser executadas em dois anos. Problemas diversos e o início da 1.ª Grande Guerra, para a qual foi mobilizado o engenheiro eletricista, concessionário da iluminação, e a falta de recursos fizeram com que só a 22 de Dezembro de 1921, passados 15 anos, tivesse sido inaugurada a iluminação pública a eletricidade, cujas obras e trabalhos foram dirigidos pelo engenheiro francês LucienGuerche.

Passaram, ainda, algumas décadas, até que muitos dos cidadãos das aldeias bragançanas pudessem aceder a este benefício, o que para muitos só aconteceu após o 25 de Abril de 1974, mais de três quartos de século depois de Lisboa.

Salienta-se que o Centro Ciência Viva, instalado em um edifício inteligente, tem como missão a promoção do conhecimento e da sensibilização ambiental.

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