Autarcas de Bragança reclamam do Governo esclarecimento sobre ligação aérea

Os autarcas do distrito de Bragança reclamaram hoje do Governo uma clarificação urgente sobre se pretende ou não retomar a ligação aérea entre Trás-os-Montes e Lisboa, suspensa há mais de quatro meses.



A carreira aérea que ligava Bragança, Vila Real e Lisboa há 15 anos foi interrompida no final de novembro por decisão do Governo, que alegou ter de repensar o financiamento de 2,5 milhões de euros anuais concedido às operadoras através de concessão do serviço público.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, indicou, em janeiro, aos presidentes das câmaras de Bragança e Vila Real que até final de março a ligação seria restabelecida, mas o prazo expirou e os autarcas do Distrito de Bragança juntaram-se hoje para tomar uma posição conjunta que será remetida aos vários órgãos de soberania.

Os municípios tinham agendada para hoje, em Bragança, uma reunião com o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, que cancelou "por ter sido convocado para estar no Parlamento", segundo o presidente da Câmara de Bragança e anfitrião Jorge Nunes.

Os autarcas mantiveram o encontro, em que se fizeram representar nove dos 12 presidentes do distrito, do qual saiu uma resolução conjunta com as preocupações regionais.

A questão da carreira aérea surge à cabeça por temerem que "venham a ser criadas condições para uma eventual inviabilidade desta ligação" porque o prazo para o regresso do avião foi ultrapassado e mantém-se o silêncio do Governo.

"O dever de quem é eleito é o de falar com o povo que o elege, dialogar com as instituições das quais são parceiros. O Governo devia dedicar um bocadinho de atenção a esta situação e falar de uma forma clara e frontal sobre os problemas que nos preocupam", declarou aos jornalistas o social-democrata Jorge Nunes.

O autarca entende que "o Governo tem a obrigação de falar de forma clara e inequívoca" e que "deve esclarecer de uma vez por todas se há dificuldades e como vão ser superadas ou simplesmente dizer: não vamos dar continuidade às ligações".

O avião de 19 lugares que fazia a carreira aérea com dois voos diários, de segunda a sexta-feira, nos dois sentidos, transportava 10 mil passageiros por ano.

Na resolução hoje aprovada, os municípios transmontanos reclamam também a atenção do Governo para outras ligações como a autoestrada Transmontana cuja construção "se arrasta entre de Macedo de Cavaleiros e Bragança", a continuação da mesma de Quintanilha, em Bragança, até á cidade espanhola de Zamora e o Túnel do Marão.

Consideram ainda "urgente" a ligação do IP2 à alta velocidade ferroviária espanhola com uma estação prevista para a localidade de Puebla de Sanábria, vizinha de Bragança, e a ligação de Freixo de Espada à Cinta ao IC5.

Alegam ainda que as acessibilidades internas só ficarão concluídas com a construção das estradas entre Vimioso e Outeiro e Vinhais e Bragança.
HFI // MSP Lusa/fim

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