Abraço ao helicóptero foi impedido por razões não entendidas pela população

Os manifestantes que resistiram na tarde deste domingo até à chegada do helicóptero do INEM que está estacionado em Macedo de Cavaleiros saíram do heliporto municipal manifestamente frustrados, uma vez que lhes foi vedada a possibilidade de constituírem um abraço humano à aeronave que o actual governo pretende retirar da região do Nordeste Transmontano.

Algumas centenas de pessoas voltaram a estar presentes na tarde de hoje, domingo, junto do heliporto municipal de Macedo de Cavaleiros para manifestarem a sua discordância relativamente a mais uma perda dos serviços de saúde prestados à população local.

A manifestação manteve-se sempre com elevado grau de civismo e num ambiente pacífico e só na fase final alguns ânimos se exaltaram pelo facto de ser proibido a constituição de uma abraço humano ao helicóptero que já salvou várias vidas na região.

O abraço não foi permitido nem constituído por aludidas razões de segurança, uma vez que o helicóptero estava a ser sujeito a uma operação de abastecimento. “Se formos para lá o helicóptero levanta imediatamente voo, não nos deixam formar o abraço humano” explicava em voz exaltada um dos promotores da manifestação.

Mas ao que o Notícias do Nordeste conseguiu apurar, esse abastecimento já havia sido realizado em Vila Real, não havendo portanto qualquer motivo para se voltar a fazer um novo reabastecimento em Macedo de Cavaleiros, acto que aliás não foi observado durante esse período de tempo em que a população se preparava para mostrar ao resto do país a importância que tem para as suas vidas este serviço de emergência médica.

Esta decisão inesperada levou à desmobilização da maior parte dos manifestantes, e inclusivamente dos meios de comunicação social, onde se incluíam as principais estações nacionais de televisão.

Fonte do Notícias do Nordeste referiu que o impedimento de constituir o abraço humano à volta do helicóptero só se manteve enquanto estiveram presentes as estações televisivas; após estas terem abandonado o local a população foi informada que seria possível realizar o cordão humano à volta da aeronave, mas nessa altura já era escasso o número de pessoas presentes no recinto.

Mas segundo a Agência Lusa, o helicóptero do INEM deverá manter-se em Macedo de Cavaleiros ainda que provisoriamente por decisão judicial.

O anúncio foi feito durante a manifestação contra a retirada do meio aéreo do Nordeste Transmontano, onde Ilídio Mesquita, impulsionador do protesto, anunciou às dezenas de manifestantes ter a «garantia» de que o helicóptero não deixa o posto «até à decisão da providência cautelar» apresentada em tribunal pelos autarcas do Distrito de Bragança.

«A única certeza que nós temos é que o INEM já sabe que não pode tirar o helicóptero até à decisão final. Essa certeza já a tenho do senhor relações públicas do INEM», afirmou Ilídio Mesquita, sublinhando que «isto já é uma vitória», como escreve a Lusa.

A informação corre na região desde sexta-feira à noite, porém os autarcas ainda não foram notificados pelo tribunal, como confirmou hoje à Lusa, durante a manifestação, em Macedo de Cavaleiros, o presidente da Câmara de Vila Flor, Artur Pimentel.

O INEM tem prevista para segunda-feira uma reorganização da frota aérea de socorro nacional, que implica a desativação, no Norte do país, dos helicópteros de Macedo de Cavaleiros (Bragança) e de Baltar (Porto), passando toda a região a ser servida por uma única aeronave estacionada em Vila Real.

Os 12 presidentes de Câmara do Distrito de Bragança apresentaram, no início de setembro, no Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela, com uma providência cautelar para impedir a retirada do meio aéreo de Macedo de Cavaleiros.

A poucos dias da reorganização prevista pelo INEM e ainda sem uma decisão judicial acerca de providência, os advogados dos autarcas recorreram a outro mecanismo judicial, pedindo ao tribunal o «decretamento provisório» da suspensão da medida do INEM.

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