Jovens socialistas enviaram uma carta aberta ao ministro da Economia e do Emprego para reclamarem isenção de portagens

As Federações Distritais da Juventude Socialista de Bragança, Castelo Branco, Guarda, Vila Real e Viseu enviaram ao ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, uma missiva em que descrevem as sua preocupações e as suas opiniões sobre a introdução de portagens nas auto-estradas A23, A24, A25 e em toda a extensão da A4.

Segundo a posição daquelas estruturas da Juventude Socialista “a construção de vias de ligação em perfil de auto-estrada nos territórios do interior teve como objectivos principais a mobilidade rodoviária, o reforço da coesão das cidades destas regiões, o incentivo ao desenvolvimento regional e, na defesa da clara melhoria das condições de vida das populações do interior”.

Consideram aqueles jovens que estas infra-estruturas rodoviárias “permitem aumentar a competitividade do país, o esbatimento de distâncias entre cidades e regiões e um “impacto económico positivo, directo e indirecto, nas regiões que delas beneficiam”.

Face á proposta apresentada recentemente pelo PSD, em que a aprovação do Orçamento de Estado de 2011 está condicionada à introdução de portagens nas actuais SCUT, as Federações Distritais da Juventude Socialista dos distritos de Bragança, Castelo Branco, Guarda, Vila Real e Viseu, entendem que esta é uma decisão com grande impacto negativo nas economias locais das áreas de interior, uma vez que não existem alternativas rodoviárias que permitam a circulação automóvel com níveis de segurança que são exigidas neste início do século XXI.

Os jovens lembram que “ na construção destas auto-estradas aproveitaram-se troços do IP2, IP3, IP4 e IP5, sendo que os restantes troços destes Itinerários Principais se encontram num mau estado, devido à inexistência de manutenção recente (excluindo, por enquanto, o IP4 pois está em fase de transformação). As antigas estradas nacionais não representam uma alternativa, seja pelo traçado sinuoso, seja pela susceptibilidade acrescida a condições atmosféricas adversas, seja pelos perfis que impedem uma fluidez de tráfego compatível com os padrões de circulação actuais e as necessidades da economia”, referem.

A gerar a preocupação destes jovens está também o possível agravamento do quadro da sinistralidade rodoviária, uma vez que, vaticinam, “ a implementação de portagens levará ao aumento de tráfego nas antigas estradas nacionais. Verificamos que até ao momento não foi apresentado qualquer estudo de tráfego para estas vias, o que demonstra que a decisão de implementar portagens não tem em conta os potenciais efeitos nefastos na sinistralidade rodoviária”.

Na mesma linha de raciocínio, os jovens socialistas das estruturas locais dos distritos de Bragança, Castelo Branco, Guarda, Vila Real e Viseu, temem que esta decisão leve ao colapso das economias regionais. Segundo antevêem, “a fixação de empresas e os investimentos realizados no interior tiverem o pressuposto que a circulação nas auto-estradas não seria portajada. A introdução deste custo nos factores de produção levará ao encerramento de empresas e ao despedimento de milhares de trabalhadores”, apontam no conjunto das preocupações que expõem a Álvaro Santos Pereira.

Segundo os jovens militantes, a introdução de portagens nestas rodovias “vai pôr em causa a mobilidade intraregional, a actividade turística e o nível de desenvolvimento do interior”. Por isso, reclamam a solidariedade nacional aplicada no seu conjunto e revelam-se frontalmente contra o princípio do utilizador-pagador.

“Somos contra a teoria do utilizador-pagador, que considera que sejam as localidades a pagar as obras públicas que usufruem. À luz do princípio da solidariedade nacional temos muito orgulho em poder contribuir para o financiamento dos transportes deficitários e dos IC’s dos grandes centros urbanos. Consideramos contudo que se o governo for justo, equilibrado, e respeitador da coesão regional e nacional se deve igualmente exigir os mesmos pagamentos de outras regiões para as SCUT do interior”, sublinham.

Segundo os jovens socialistas das federações distritais do interior norte e centro “a responsabilidade sobre esta decisão está agora do lado do actual Governo”, e se a mesma não for alterada o interior não conseguirá a “fixação de empresas, o fomento do turismo e a fixação de pessoas”, dizem na carta aberta que enviaram a Álvaro Santos Pereira, ministro da Economia e do Emprego.

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