Barómetro “Os portugueses e a Saúde” retrata opinião da população face à gestão da Saúde no nosso país
As alterações do último ano, verificadas no regime de comparticipação dos medicamentos, surtiram opiniões de desagrado junto da população, com implicações negativas ao nível do seu bem-estar e qualidade de vida. Para colmatar a subida de preços, cerca de 3,5 milhões de portugueses acredita ter de fazer cortes no consumo de medicamentos essenciais à sua Saúde, bem como noutras despesas. Esta é uma das principais conclusões da segunda vaga do barómetro bianual BOP Health - “Os Portugueses e a Saúde”, desenvolvido pela empresa Spirituc-Investigação Aplicada, em parceira com a consultora Guess What PR e divulgado no âmbito do dia mundial da Saúde, a 7 de Abril.
Estes dados que explicam o aumento de 10% no consumo de medicamentos genéricos, que ocorreu entre o início e o fim de 2010. Mais de 60% de portugueses tomaram, pelo menos por uma vez, um genérico ao longo do último ano. Destes, 72,2% sente-se satisfeito ou muito satisfeito com os mesmos, espelhando um aumento da confiança relativa ao tipo de medicamento. É ainda junto da população com um nível de instrução mais elevado que se verificou maior adesão a estes fármacos.
Segundo o estudo, no segundo semestre do ano passado cerca de 40% dos portugueses considera que o estado da saúde em Portugal é mau ou muito Mau. Ainda, 48,5% da população aprecia de forma negativa a gestão que o Ministério da Saúde faz dos dinheiros públicos, apontando como principal responsável o poder político.
Embora críticos das opções políticas, os portugueses tendem a reconhecer o esforço e competência dos profissionais de saúde, manifestando um aumento ligeiro de satisfação entre as duas vagas de resultados do barómetro.
Já sobre técnicas de medicina inovadoras, as conclusões indicam que apenas 1 milhão conhece um caso concreto de alguém que já tenha recorrido ao processo de criopreservação. Desses 61,3% reconhece as suas vantagens.
O Barómetro BOP Health - “Os portugueses e a Saúde” revela assim que a visão dos portugueses sobre a gestão da saúde no país tornou-se cada vez mais pessimista no decorrer de 2010, acabando por contribuir para uma leitura mais crítica sobre o estado geral do setor em Portugal.