Os vitivinicultores do Douro dizem que também se encontra “à rasca” e por isso exigiram o aumento do número de litros do benefício para a vindima 2011.Os manifestantes saíram à rua para chamar a atenção dos responsáveis políticos deste país pela situação a que chegou a lavoura duriense, onde, dizem, “já há gente a passar fome”.
Berta Santos, dirigente da Avidouro disse que actualmente “é muito difícil a situação que se vive no Douro. A cada momento que passa, agrava-se o fosso entre os pequenos e médios produtores e os grandes proprietários”.
Segundo Berta Santos os pequenos e médios viticultores durienses “não conseguem vender o seu vinho ou este está a ser vendido a preços muito reduzidos”, o que não permite o equilíbrio financeiro das muitas centenas de famílias que têm nesta produção a sua principal fonte de rendimento.
Neste momento cada pipa (550 litros) de vinho beneficiado está a ser vendida por 600 euros e o restante vinho que não tem direito a beneficiação ronda os 75 e os 125 euros por pipa”.
O benefício é a quantidade de mosto que é autorizado a cada viticultor para produzir Vinho do Porto, um instrumento de regulamentação que é fixado em cada vindima pelo Conselho Interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).
Por isso, os agricultores durienses querem que lhes seja atribuído mais benefício, para que sejam gerados patamares de comércio que garantam às produções familiares a cobertura dos custos de produção, facto que actualmente não se verifica, tendo esta realidade devastadores repercussões económicas e sociais entre a população que habita a região duriense, área classificada como Património da Humanidade enquanto Paisagem Cultural Evolutiva e Viva.