Adão Silva considera que novas regras para o transporte de doentes penaliza as populações transmontanas

O deputado do PSD por Bragança, Adão Silva, considerou que as novas regras para o transporte de doentes vão "agravar" a desigualdade de acesso aos cuidados de saúde e levar "muitos cidadãos do interior a abandonarem os tratamentos".

Para o antigo secretário de Estado adjunto da Saúde, a decisão do Governo de acabar com o transporte gratuito para doentes não urgentes com rendimentos superiores ao ordenado mínimo penaliza ainda mais as populações do interior, já obrigadas a grandes deslocações para acederem a tratamentos e consultas.

Doentes de regiões como Bragança têm muitas vezes de percorrer centenas de quilómetros para acesso a cuidados de saúde diferenciados, localizados nos hospitais centrais do litoral, nomeadamente na área da oncologia.

Segundo o deputado social-democrata estes “hospitais estão localizados todos nos concelhos do litoral do país, sendo o seu acesso fácil e barato às populações ali residentes, mas altamente dispendioso às populações que residem em concelhos mais afastados”.

E como exemplo dá o caso de um qualquer “cidadão que resida em Freixo de Espada à Cinta ou em Miranda do Douro e que tenha necessidade de uma consulta ou de um tratamento no IPO do Porto ou no Hospital de S. João. Como se podem comparar os custos da deslocação deste cidadão com o de outro que more nos concelhos do distrito do Porto?”, interroga.

Para além disso, considera o antigo secretário de Estado adjunto da Saúde que “a política de extinção de serviços de saúde, levada a cabo pelos governos de José Sócrates afastou os serviços das populações, impondo mais deslocações, deslocações cada vez mais longínquas e mais onerosas, sendo que, por outro lado, são muitas vezes inexistentes redes de transportes colectivos, com excepção de táxis, cujo preço é muito elevado”.

Segundo Adão Silva a situação criada pelo Despacho nº 19.264/2010 de 29 de Dezembro que determina novas regras do pagamento do transporte de doentes não urgentes, atira as populações de Trás-os-Montes para a “pior das injustiças e a maior das iniquidades que é tratar, de forma igual, situações que são muito diferentes”.

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