
Em 2005, o número de portugueses que compravam regularmente na internet representava cerca de 7 por cento e em 2009 era cerca de 16 por cento. Em 2015, as vendas 'online' representarão cerca de 5,9 mil milhões de euros, o que corresponde a 3,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
Os hábitos dos portugueses têm vindo a mudar e apesar de no 'top' das vendas se manterem os livros, discos, informática e telemóveis, o vestuário e a alimentação têm crescido bastante, segundo presidente da ACEPI.
Contudo, o grande destaque, para Alexandre Nilo Fonseca, é o aumento da compra de serviços 'online', na área do bilhetes para espectáculos, transportes, como os comboios e aviões, ou seja, todo um conjunto de serviços que não estavam disponíveis e hoje começam a ter um peso significativo.
Em evolução estão também os 'sites' portugueses a conquistar cada vez mais espaço aos estrangeiros. "Hoje os portugueses já compram mais em 'sites' portugueses do que em estrangeiros. É uma tendência que se veio invertendo ao longo dos últimos anos, o que tem a ver com a maior disponibilização e oferta dos nossos 'sites' e com o facto de aquilo que se comprava a nível internacional estar cada vez mais disponível a nível nacional", explicou.
Apesar de não existir uma contabilização total e integral, a ACEPI já tem registado no seu directório mais de 800 'sites' de vendas 'online'.
E quando não compram, os internautas tomam cada vez mais as suas decisões de compra na internet.
"Hoje, o processo de decisão é muito feito através da internet, já existem três milhões de portugueses a fazer isso, mas não compram necessariamente 'online'. No sector automóvel, todos os 'sites' têm configuradores e comparadores, de crédito do automóvel, e para saber quanto custa, mas depois compram o automóvel no 'stand'", exemplificou.
Por outro lado, a utilização do multibanco, enquanto rede de aquisição de produtos e serviços, é uma 'nuance' de Portugal, onde a taxa de penetração é a maior da Europa. Se se incluir o valor das operações de pagamentos em caixas multibanco, o valor do comércio electrónico total em Portugal em 2009 foi de 17,3 mil milhões de euros (11 por cento do PIB).
Em 2015, o valor do comércio electrónico total em Portugal alcançará quase 20 mil milhões de euros, ou seja, um valor equivalente a 11,8 por cento do PIB, excluindo as operações de pagamento de serviços em ATM.