Remédios Santos Sem Princípios Activos

Quem nos cura? São os Remédios ou os Santos? Será a Nossa Senhora dos Remédios?

“Os Santos funcionam de forma muito esquisita… São uns dos mais antigos efeitos placebo da história da medicina” diz a certa altura o Guarda-Mor da Morgue dos Mortos de Marca.

O que são os Remédios Santos? Remédios do Povo. Daqueles que se vão transmitindo de boca em boca curando ao longo de gerações, sem estarem sujeitos a qualquer tipo de patente. “É Remédio Santo!” disse a S’Joaquina do Outeiro ao dar a receita do remédio para tirar os cravos das mãozinhas do José Maria.

“É remedio santo!” diz um técnico de vendas da maior companhia farmacêutica do mundo sobre o seu medicamento para a epilepsia.

Existirão Princípios Activos na Farmácia actual? E na Indústria Farmacêutica? Quais são os princípios desta indústria que gera ao nível mundial quase tantos lucros como a banca?

Ao longo do espectáculo vamos rir dos princípios activos que levam laboratórios farmacêuticos a aniquilar os donos de outras substâncias medicinais e queremos descobrir, à força do escárnio, se preciso for, que princípios activos actuam dentro das instituições públicas para abdicarem de princípios como o bem comum ou a Democracia.

Ouviremos o que tem para contar José Maria sobre os remédios da Mãe, sobre a sua válvula cardíaca artificial e sobre George Orwell, autor do livro que começou a ler há muitos anos, quando esteve internado no hospital.

Faremos uma visita de estudo a um congresso de Psiquiatria vendo como, entre canapés e champanhe francês, médicos ouvem os ensinamentos dos técnicos de comunicação e vendas de algumas grandes companhias farmacêuticas.

Ouviremos a parte da História de um dos maiores laboratórios farmacêuticos do mundo e a sua relação com personagens heróicos do séc. XX, como por exemplo A. Hitler ou a própria Heroína, ela mesma, a substância!

Mas REMEDIOS SANTOS… é um espectáculo que também nos satiriza a nós próprios, como cidadãos incapazes de renunciar a um comprimido para curar uma leve dor de cabeça ou a um xarope específico para uma tosse inofensiva.
De Santo não tem nada, mas o Riso continuará a ser mesmo o melhor Remédio.

Ficha Artística e Técnica:
Criação e interpretação: Angel Fragua, Noelia Domínguez e Sérgio Agostinho
Exertos: George Orwell e Miguel Jara
Iluminação: Paulo Neto
Sonoplastia: Borja Fernández
Espaço Cénico e Adereços: Zétavares
Direcção: Hernán Gené
Co-produção: Peripécia Teatro e Teatro de Vila Real
Operação de Luz e som: Sara Ramalheira
Desenho Gráfico: Zétavares
Fotografia de Cena: Miguel Meireles
Produção Vídeo: Zito Marques
Produção executiva: Sara Ramalheira

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