Exposição de Júlio Pomar no Centro de Arte Contemporânea de Bragança

O Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança, inaugura hoje, 30 de Junho, uma exposição das obras mais significativas de Júlio Pomar, pintor enquadrado no movimento neo-realista da pintura portuguesa.

A exposição pretende criar uma visão geral sobre aquele que é considerado um dos maiores pintores portugueses do séc. XX e que ao longo da sua carreira artística granjeou um amplo reconhecimento internacional.

Da pintura à escultura, passando pelas ilustrações, Júlio Pomar foi consagrado há muito como um dos nomes maiores da arte europeia.

A exposição que a partir de hoje está patente ao público em Bragança intitula-se “Uma antologia” e vai percorrer as diferentes fases criativas de Júlio Pomar, expondo numa sequência cronológica as obras que o artista plástico foi concebendo ao longo da sua vida.

Até 17 de Outubro, o espaço do Centro de Arte Graça Morais vai mostrar ao público transmontano, e a todos aqueles que visitarem a cidade de Bragança, um dos nomes mais marcantes da pintura portuguesa contemporânea, um acontecimento “extraordinário”, nas palavras de Graça Morais, e que constituirá uma ocasião única para os nordestinos se encontrarem com a beleza da arte criada por Júlio Pomar.

No âmbito desta amostra o pintor será homenageado no dia 1 de Julho pela Câmara Municipal da capital nordestina.

Júlio Pomar nasceu em Lisboa em 1926. Frequentou a escola de Belas Artes da capital e mais tarde a do Porto.

Em 1963 parte para Paris como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, cidade com a qual acaba por criar fortes ligações.

Pomar desde cedo se assumiu como um agitador da contestação ao regime fascista, promovendo a 1ª Exposição da Primavera no Ateneu Comercial do Porto, onde se agruparam artistas que na altura recusavam qualquer colaboração com o regime salazarista.


Esta participação activa no movimento de oposição ao regime leva-o a integrar a comissão central do Movimento de Unidade Democrática. A sua intervenção nas lutas estudantis custa-lhe a proibição da frequência da Escola de Belas Artes do Porto.


O pintor sempre viveu numa lógica de contrapoder, recusando fazer parte de instituições estruturadas dos organismos de poder. Fez quadros marcadamente políticos que o levaram à prisão.

Participou em inúmeras exposições individuais, tanto em Portugal, como no estrangeiro, tendo exposto na Royal Academy of Arts de Londres e na Galeria George Lavrov, em Paris. Actualmente está representado nos Museus de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, no Museu do Chiado e no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian bem como em inúmeras colecções nacionais e estrangeiras.

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