Governo quer promover a competitividade das regiões de baixa densidade

Foi apresentado ontem o programa Provere que vai incorporar cerca de 25 subprogramas destinados a dinamizar as estruturas sociais, económicas e culturais das regiões interiores consideradas deprimidas. A iniciativa foi anunciada pelo ministro do Ambiente e Desenvolvimento Rural e deverá constituir-se por um bolo financeiro de 5,6 mil milhões de euros.

O Provere visa o Desenvolvimento Rural e apoia-se em projectos de Valorização Económica dos Recursos Endógenos, constituindo uma espécie de alavanca que tem como principal objectivo da criação de emprego e postos de trabalho mais qualificados para todos os cidadãos, independentemente da zona do território nacional onde habitem.

O programa foi apresentado no Centro de Congressos de Lisboa, constituindo-se por cerca de 25 subprogramas de acção colectiva em regiões de baixa densidade, onde se inclui toda a região de Trás-os-Montes e Alto Douro.

No global esta iniciativa deverá financiar mais de 3242 projectos e envolverá 1400 entidades promotoras, entre organismos públicos e privados. Os recursos naturais, o património histórico ou os saberes tradicionais, são, entre outros, os recursos considerados com potencial para apoio financeiro nas regiões do interior que se debatam com problemas de desertificação e de erosão demográfica.

A medida, segundo Rui Baleiras, secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, considera-se prioritária e fundamental uma vez que se estabeleceu no território nacional uma sucessão de assimetrias que levaram a um processo gradual de desertificação e perda de competitividade das regiões interiores e periféricas.

Segundo o responsável governamental estas regiões "há muitos anos vivem sob o anátema do ciclo vicioso de, por estarem sujeitos à erosão demográfica têm poucos consumidores, logo atraem poucas actividades económicas de proximidade, levando a que haja pouca geração de emprego, o que promove a perda de população". O objectivo deste programa é cobrar este ciclo vicioso que desde há algumas décadas se foi estruturando no interior do país.

O Governo espera que cerca de 80% do investimento será realizado por empresas, enquanto o investimento público será assegurado por uma estrutura montada no âmbito do QREN. Desconhece-se a repercussão total que o Provere terá no futuro, mas segundo Baleiras, "Se só metade destes projectos forem em diante, a aposta já está ganha".

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