Barragem de Foz-Tua: EDP ouve partes interessadas

No início desta semana a EDP apresentou em Murça um estudo socioeconómico onde foram ouvidas as populações, os autarcas e algumas entidades.

Se por um lado a barragem junto à foz do rio Tua for efectivamente construída, o sector agrícola irá sofrer prejuízos elevados, mormente nas 17 localidades abrangidas pela albufeira, onde dezenas de hectares de vinhas e olivais serão submersas; por outro lado, há quem afirme que haverá muitos benefícios, principalmente a nível turístico, se realmente for enquadrada uma forma que possa retirar dividendos deste empreendimento.

No entanto, os agricultores das aldeias de Sobreira e Porrais, do concelho de Murça, que serão afectadas pela construção da barragem, mostraram a sua posição à EDP, em que demosntraram a sua discordância.

Caso a hidroeléctrica avance, e dado que irão ficar com muitos hectares de vinhas e de olivais submersos, querem ter a garantia que serão indemnizados financeiramente para minimizarem os prejuízos.

Para o director da EDP, Álvaro Sousa, o debate é o passo mais importante para haver consenso e salienta que "pela primeira vez são ouvidas as populações" , garantindo ainda que "se no fim dos estudos se verificar que todos ganham, o projecto avança", afirmou o responsável.

No entanto Álvaro Sousa também afirmou que caso não haja consenso terá que se procurar outra solução, embora, "a última palavra caberá ao Governo. Nessa altura, oxalá todos estejam de acordo", disse. João Teixeira, presidente da Câmara Municipal de Murça, no final da apresentação do estudo socioeconómico, declarou à comunicação social num tom incrédulo e irónico que "parece que ouvimos falar do aproveitamento hidroeléctrico do paraíso" e "para fazer os investimentos turísticos é preciso dinheiro. Resta saber quem vai faze-los".

Este périplo da EDP irá continuar durante esta semana nos concelhos de Alijó, de Carrazeda de Ansiães, de Vila Flor e de Mirandela.

De salientar que no local onde provavelmente irá ser construído o paredão da barragem estão a decorrer estudos geológicos e o estudo de impacto ambiental vai realizar-se até à Primavera do próximo ano.

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